O Brasil quer ter parcerias com Portugal na área dos minerais estratégicos para a transição energética seguindo os passos da Europa, além de outras regiões do mundo, declarou o ministro brasileiro da Energia e Minas brasileiro.
Portugal está a avançar “muito rápido” na transição energética e, além das áreas em que já atuam empresas como a EDP e a Galp no Brasil, pode entrar “na área de minerais críticos para a transição energética” de que a Europa “é sedenta”, declarou o ministro Alexandre Silveira em entrevista à Lusa.
Os dois países são parceiros de longa data e “têm na génese muita coisa em comum”, mas são precisas “políticas públicas no setor mineral, no setor de petróleo e gás e no setor de energia elétrica que sejam convergentes”, defendeu o governante que tutela um Ministério que representa mais de 50% da economia brasileira.
Por isso, da visita a Portugal, onde se reuniu esta semana com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e visitou a EDP, o governante brasileiro disse esperar também “uma ajuda” de Lisboa “para convencimento ou como aliado do Brasil” junto das instâncias europeias.
Esta dimensão maior do tema da transição energética na Europa, foi sublinhada também por Alexandre Silveira quando questionado se o governo brasileiro procura, neste momento mais investimento português do que propriamente investir em Portugal, afirmando que “essa parceria é sempre proporcional”.
O ministro disse destacar as potencialidades do seu país porque “é impossível falar-se em transição energética sem minerais críticos, sem minerais estratégicos (…) em especial o lítio, o nióbio que são muito encontrados, em grande dimensão, no Brasil.
Por isso “é natural passar a ser atrativo para os grandes investidores e, consequentemente, importante para todos os países do mundo”, referiu porque o tema na próxima década será a segurança alimentar e energética do mundo.
Mas o Governo brasileiro está a desenvolver “um conjunto de políticas públicas e apresentá-las ao mundo para que a gente possa debater não só atratividade” sublinhou, lembrando que a visita do Presidente do Brasil à Europa e a Portugal, teve também já esse tema em agenda.
O ministro de Minas e Energia do Brasil esteve em Lisboa para participar na XI edicão do Fórum Jurídico de Lisboa, um evento de três dias que terminou esta quarta-feira.