A Caixa Geral de Depósitos aprovou a entrega de um dividendo total de 713 milhões de euros ao Estado, dos quais 361 milhões de euros dizem respeito à avaliação que foi feita do edifício-sede em Lisboa. Paulo Macedo tinha dito que “só por sorte” a sede valeria mais de 300 milhões mas o edifício acabou por ser avaliado em 361 milhões.
“A Assembleia Geral da Caixa Geral de Depósitos, realizada a 29 de junho de 2023, deliberou o pagamento de dividendos ao Estado Português num total de 713 milhões de euros, repartidos por 352 milhões de euros em numerário e 361 milhões de euros em espécie, mediante a entrega da propriedade do Edifício Sede”, informou o banco público em comunicado.
O edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos, situado na Av. João XXI, em Lisboa, foi avaliado em 361 milhões de euros conforme o “resultado da média de três avaliações independentes”, diz o banco.
A Caixa manter-se-á no Edifício Sede, como inquilina, até 2026, ocupando áreas previamente acordadas e celebrando, após a transmissão da sua propriedade, um contrato de arrendamento com o Estado”, diz o banco.
Além deste pagamento de dividendos – em dinheiro e em espécie (o edifício) – o banco público também fez o reembolso antecipado de uma emissão de dívida feita junto de investidores privados que compraram essa dívida na altura da recapitalização. “Com a liquidação desta operação, os dividendos em numerário e a distribuição em espécie, a Caixa Geral de Depósitos entrega ao Estado e aos investidores privados um total de 1,2 mil milhões de euros, em 2023”.
Assim, este ano, fica concluído o pagamento da totalidade das emissões colocadas junto de investidores privados – tendo em conta o reembolso antecipado da emissão AT1 em março de 2022 – no valor de 1000 milhões de euros e, simultaneamente, com a distribuição deste dividendo, a Caixa acelera o reembolso da recapitalização pública ao saldar 1.675 milhões dos 2.500 milhões de euros investidos, ou seja, 2/3 do total”, sublinha o banco.
A Caixa Geral de Depósitos acrescenta que “o objetivo do Conselho de Administração é devolver todo o dinheiro investido pelo Estado Português até 2025, com base nos dividendos referentes aos exercícios de 2023 e 2024, caso não se verifiquem alterações significativas de mercado”.