Dizem que o sprint é um mundo à parte. Só que Max Verstappen, por norma, já tem o seu próprio espaço pelo que, para o neerlandês, andar na frente é só mais um dia normal, um sábado a passear a mais de 300 km/h num carro que precisaria de três lugares para estacionar junto à praia.

Começa a estar cada vez mais provado que não basta conduzir um RB19, é preciso ter mãos para ele. O colega de equipa, Sergio Pérez, tem tido vida complicada nesse aspeto. Na qualificação desta sexta-feira para o Grande Prémio da Áustria, voltou a não alcançar a Q3 e os maus resultados que tem obtido levam a que se comece a cogitar se deve continuar a ser o segundo piloto da Red Bull. O diretor da equipa, Christian Horner, negou a ideia: “Está fora de questão”. 

Quem não dá qualquer problema ao diretor é Max Verstappen que, este sábado, no sprint shootout, conseguiu garantir a pole para a corrida sprint que juntou à pole conseguida na sexta-feira para a corrida principal de domingo. A sessão desta manhã, que estabeleceu em que lugar iam partir os pilotos na corrida sprint, onde o neerlandês estabeleceu a marca de 1:04.440 como melhor tempo, ficou marcada pelo piso molhado, o que fez com que os registos fossem baixando a cada volta assim que a pista ia ficando seca.

Sergio Pérez não comprometeu e conseguiu a segunda posição para o arranque, contrastando com o 15.º posto em que vai partir no domingo. Da terceira posição, confirmando o crescimento que a McLaren vem a fazer, saía Lando Norris. Aliás, a equipa britânica apresentou mudanças evidentes na parte inferior, lateral e de cobertura do motor do carro. Em quarto, surpreendentemente, até porque conseguiu essa lugar utilizando pneus médios, Nico Hülkenberg. Lewis Hamilton arrancou de 18.º.

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Esta era a segunda corrida sprint do ano. A primeira, realizada em Baku, foi conquistada por… Sergio Pérez, numa fase da época em que parecia ser a maior ameaça a Max Verstappen na luta pelo mundial. Aliás, o mexicano tinha agora oportunidade para confirmar ser especialista em corridas curtas e mudar o momentum a seu favor.

Com os pneus intermédios, devido à chuva, a serem a escolha dos pilotos para iniciarem as 24 voltas, Pérez saltou para a liderança, mas Max não tardou em recuperar a liderança. As manobras dos dois nas primeiras curvas à direita fez subir o tom das comunicações via rádio. Quem deitou tudo a perder foi Lando Norris que, num momento em que até parecia que podia ultrapassar os dois Red Bull de uma só vez, perdeu a tração e caiu para 11.º, acabando mesmo por falhar os oito primeiros lugares. Hülkenberg, quase sem se dar por ele, subiu a segundo e empurrou Pérez para terceiro.

Carlos Sainz estava atento às tentativas de ultrapassagem de Pérez ao piloto da Haas, aspirando também ele a subir posições. Quer o Ferrari, quer o Red Bull acabaram por passar por Hülkenberg, tal como fizeram os dois Aston Martin. Nem com a concorrência a calçar pneus slick Max Verstappen deixou o segundo classificado a mais de 20 segundos tempo que dava para o recordista mundial completar o cubo de Rubik seis vezes. Foi mais um dia do neerlandês a competir consigo próprio. George Russell foi o último a somar pontos.