Assim que a corrida sprint do GP da Áustria terminou, Max Verstappen e Sergio Pérez trocaram impressões sobre o arranque em que o Red Bull número um foi ter à relva, tal a intensidade da disputa pela liderança. Aquilo que parecia ser mais um capítulo da rivalidade entre ambos, acabou por ser resolvido de forma célere ou não tivesse o neerlandês arrecadado o primeiro lugar com 20 segundos de vantagem para o colega de equipa que ficou em segundo.

Mais um dia a competir contra si próprio: Max vence corrida sprint com mais de 20 segundos de vantagem para o segundo classificado

“A visibilidade foi um fator. Estava a chover um pouco e com estes pneus grandes é difícil ver alguma coisa”, disse Pérez à Sky Sports. “Fiz uma boa partida, mas fiz a curva mal, então tentei proteger minha linha. Não vi que o Max estava ao meu lado. Ele foi para a relva, mas acho que fomos os dois um pouco além do limite”. Max Verstappen alinhou na versão. “O Checo disse que não me conseguiu ver. Confio na palavra dele, é claro”. O diretor da Red Bull, Christian Horner, acabou agradado com o desfecho. “Felizmente, não bateram um contra o outro. Um 1-2 é grande resultado para a equipa”

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A corrida deste domingo ia ser bastante diferente. Pérez não conseguiu na qualificação de sexta-feira a mesma prestação que viria depois a ter no sprint shootout e ia ter que trabalhar a partir da 15.ª posição. Com Max Verstappen na pole position, os Ferraris de Sainz e de Leclerc estavam no lugar mais vantajoso para desafiarem o campeão e líder do mundial. Lewis Hamilton, em quinto, também estava em melhores condições de conseguir um bom resultado depois de ter terminado o sprint fora dos pontos por ter saído de 18.º.

Ao longo do fim de semana, as prestações dos pilotos variaram bastante em função das condições da pista, com a chuva a ter bastante interferência. Exemplificando, no sábado de manhã, no sprint shootout, Verstappen estabeleceu 1:04.440 como o melhor tempo e, à tarde, no início da corrida curta, as melhores voltas estavam a ser feitas cerca de 10 segundos acima.

Charles Leclerc comentou este aspeto. “De momento, estamos a ter muitos problemas com pneus slick sempre que a pista está metade seca, metade molhada. Estou completamente fora do ritmo”, explicou o monegasco ao Motorsport, apontando, ainda assim, a candidatura a um lugar no pódio. “Se o piso estiver totalmente seco ou totalmente molhado, sei que somos fortes e sinto-me bem. Nessas condições intermédias, estamos a lutar”.

Para Kevin Magnussen e Nyck De Vries, o GP da Áustria era uma causa perdida. Os dois pilotos iam partir dos últimos dois lugares da grelha e, por isso, aproveitaram para fazerem mudanças no Haas e no Alpha Tauri, o que os obrigou a partirem do pit lane.

Tudo indicava que seriam os pneus intermédios a escolha mais óbvia para começar a corrida no Red Bull Ring. Nico Hülkenberg via-se em problemas por ter apenas jogos de pneus intermédios usados e, por isso, saiu de duros. No entanto, mesmo que do alemão se possa esperar tudo, a corrida acabou em desilusão, pois foi forçado a abandonar com problemas no motor.

Quando se deu a partida em Spielberg, Lewis Hamilton saiu muito bem, conquistando o quarto lugar a Lando Norris. A principal preocupação de Max Verstappen foi ganhar a melhor posição para atacar a curva um. A posição do neerlandês permitiu-lhe defender-se dos ataque de Charles Leclerc.

Na parte de trás, Yuki Tsunoda bateu contra um Alpine e partiu a asa dianteira. Os destroços na pista obrigaram à entrada do safety car. No retomar da corrida, com todos os carros em linha, Max Verstappen começou a construir uma vantagem confortável. Na perseguição, a Ferrari dava tiros nos próprios pés. Sainz começou a desafiar Leclerc pela segunda posição, o que só permitiu que o líder se distanciasse.

Na luta pelo quarto lugar, Lando Norris queixava-se que Lewis Hamilton estava a violar os limites da pista. As curvas nove e dez, principalmente, vinham sendo um problema para os pilotos ao longo do fim de semana, nomeadamente na qualificação de sexta-feira. Hamilton acabaria mesmo por ser castigado com cinco segundos de penalização.

A desistência de Hülkenberg levou a que a corrida continuasse debaixo de um safety car virtual. A maior parte das equipas aproveitou para ir à boxes. Quem não o fez foi a Red Bull e, assim, Pérez subiu vários lugares. A paragem não correu nada bem a Sainz, levando o espanhol a perder muito tempo em relação a Leclerc.

Se a maior parte dos pilotos trocou de pneus perto da volta 15, Max Verstappen só o fez à 25. Quando o neerlandês deixou o pit lane, tinha os dois Ferraris à frente. Mesmo com pneus duros calçados, o líder do campeonato passou por Sainz, de médios, com facilidade. Pérez, com naturalidade, caiu lugares, ao mesmo tempo que vários pilotos iam sendo penalizados por incidentes nas boxes e por violação dos limites de pista.

Norris acabou mesmo por superar Hamilton, assim como Max Verstappen ultrapassou Leclerc para voltar ao primeiro lugar. O novo alvo do piloto da McLaren passou a ser Sainz e, consequentemente, um lugar no pódio entrava nas cogitações.

A estratégia da Red Bull e o aproveitamento máximo dos pneus médios permitiu a Pérez subir efetivamente vários lugares. Fernando Alonso aproveitou os problemas que Hamilton ia sentindo com o Mercedes e saltou para o sexto lugar. Sergio Pérez vinha mesmo embalado e não tardou em deixar Sainz para trás, mostrando mais uma vez a eficácia do Red Bull com os pneus duros (que montou na segunda ida ao pit lane) face ao Ferrari de pneus médios.

Max Verstappen acabaria mesmo por vencer, sem contestação e destacado, o GP da Áustria, algo que não conseguiu fazer na temporada passada, para delírio dos muitos fãs presentes no Red Bull Ring. O neerlandês ainda teve uma paragem de borla para conseguir a melhor volta da corrida (1:07:012). Leclerc terminou em segundo e Sergio Pérez em terceiro. No fim de contas, a Red Bull conseguiu obter uma vantagem considerável por não ter parado nenhum dos carros durante o safety car virtual. Assim, Verstappen conseguiu a sétima vitória este ano, a nona da equipa.