Há vários construtores germânicos, mas no que respeita a marcas de luxo só há três que disputam ferozmente o mercado alemão, o maior da Europa, bem como o resto do mundo, nomeadamente a Audi, a BMW e a Mercedes. Sucede que o Grupo Volkswagen, a que pertence a Audi, não parece muito satisfeito com o desempenho deste seu fabricante, considerando que marca dos quatro anéis não conseguiu acompanhar os rivais na electrificação.

Markus Duesmann assumiu o cargo de CEO da Audi em 2019, em plena crise da Covid-19, a que se seguiu a invasão da Ucrânia pela Rússia. Apesar destas condições difíceis, de acordo com a Reuters, há uma série de executivos de topo da Audi que admitem estar frustrados com a inabilidade da marca para acompanhar os seus rivais alemães na transição para a electrificação, ou seja, a BMW e a Mercedes. Para tornar a situação ainda pior, o desempenho da Audi na China não impressionou a administração.

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Para o grupo alemão, Duesmann foi contratado pela sua visão estratégica, incluindo a melhor forma de implementar a electrificação dos veículos da marca, mas a administração do conglomerado germânico, que tem como CEO Oliver Blume, não aplaude o desempenho do homem à frente da Audi. Daí que este vá ser substituído, a partir de 1 de Setembro, por Gernot Döllner, que até aqui era responsável pelo Produto e Estratégia do Grupo Volkswagen. Tal como Blume, Döllner é um antigo quadro da Porsche que liderou o Panamera.

A análise da performance da Audi que conduziu à saída de Duesmann não é fácil de entender, pois desde o início que existiu uma enorme diferença entre a estratégia da Audi e a dos rivais BMW e Mercedes, que optaram por reduzir investimentos ao conceber veículos eléctricos a partir de modelos com plataforma de carros a combustão, para apressar o lançamento de veículos a bateria, mesmo se menos eficientes em matéria de consumo e peso. A Audi seguiu um caminho diferente, propondo um único eléctrico inicialmente com base numa plataforma de motores a combustão, para depois apostar numa gama completa com plataformas específicas, com os A6 e Q6 EV a serem esperados em 2024, devido aos atrasos do grupo no desenvolvimento de novas plataformas eléctricas.

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