Um carro atropelou e feriu várias pessoas em Tel Aviv, com a Sky News a avançar que há pelo menos oito pessoas feridas. O suspeito foi morto a tiro no local.
O suspeito foi identificado como Abed Elohab Halaila, um palestiniano de 20 anos oriundo da Cisjordânia. De acordo com o The Jerusalem Post, depois de atropelar a população, o homem saiu do veículo e esfaqueou uma das vítimas no pescoço. Acabou depois por ser alvejado por um civil e não resistiu aos ferimentos.
Os paramédicos já estão no local a tratar os feridos, um deles uma mulher de 46 anos em estado grave e outros dois na casa dos 30 anos. A polícia israelita confirmou à BBC que três dos feridos estão em estado grave. As autoridades confirmaram que o suspeito conduzia o veículo quando “se atravessou sobre os pedestres que estavam no centro comercial e prosseguiu a sair do veículo e a esfaquear civis com um objeto cortante”.
O ataque acontece um dia depois de Israel ter iniciado a maior operação militar na Cisjordânia dos últimos anos, em Jenin. Os ataques dos militares israelitas esta segunda-feira provocaram pelo menos dez mortos, com idades entre os 16 e os 23 anos, e fez ainda 28 feridos.
O movimento islâmico Hamas congratulou o ataque “heroico” em Tel Aviv. Num comunicado enviado às redações, o porta-voz, Muhammad Hamadeh, diz que o sucedido é parte “de uma resposta natural ao massacre da nossa gente, e uma auto-defesa legítima contra a ocupação [israelita] e a violação de todas as normas humanas”, cita a BBC. E continua: “O ocupante deve preparar-se para contar os seus mortos e feridos, porque o sangue das nossas crianças não é barato”.
O serviço de segurança israelita, o Shin Bet, confirmou entretanto que o suspeito não tinha licença para entrar em Israel. Os primeiros relatórios policiais apontam para que o homem tenha agido sozinho e que o ataque seja uma resposta à operação das forças israelitas em Jenin.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já se pronunciou sobre o incidente. Durante uma visita a uma posto de controlo em Jenin, o chefe do governo falou do ataque desta terça-feira.
“Hoje, um ataque hediondo ocorreu em Tel-Aviv, sendo evitado devido à intervenção de um civil armado, sem a qual este ataque teria clamado várias vidas”, declarou Netanyahu, antes de acrescentar: “Aqueles que acham que este ataque nos vai deter de continuar a nossa luta contra o terrorismo está errado”.
Quem também falou sobre o ataque foi o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir. Ben-Gvir, uma das principais caras do governo ultra-conservador israelita e que se tem assumido como uma figura controversa pelas suas declarações agressivas a respeito da Palestina, visitou o local e elogiou o civil que abateu o atacante, declarando ainda que o incidente justifica a ação das forças israelitas na Cisjordânia e constitui mais um exemplo de “terrorismo palestiniano”.
“A nossa luta em Jenin é a nossa luta em Tel Aviv frente a um inimigo sedento de sangue, que não reconhece a diferença entre o bem e o mal, entre a religião e a secularização, adultos ou crianças, homens ou mulheres”, afirmou o responsável israelita num comunicado, acrescentando que “todos os judeus são um alvo destes assassinos” e prometendo que o governo irá lutar contra o inimigo “com punho de ferro”.