A procuradora-geral da República, Lucília Gago, declarou esta sexta-feira à SIC Notícias que a carta que lhe foi dirigida pelo PSD será analisada e admite que possam ser tomadas medidas adequadas se as conclusões determinarem a situação merecedora dessa apreciação. A nota assinada por Hugo Soares, secretário-geral do PSD, na quinta-feira, denunciava a “grande desproporcionalidade” das buscas realizadas na quarta-feira nas residências de Rui Rio e de vários funcionários do PSD e em sedes em vários locais do país.

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Sobre o que fará com a informação que o PSD lhe dirigiu por carta, Lucília Gago respondeu que a mesma será “alvo de acompanhamento e análise, como aliás todas as notícias que me chegam diariamente”. E acrescenta: “Serão ponderadas, serão analisadas e serão, se for o caso, alvo de medidas gestionárias adequadas, se merecerem essa apreciação.”

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Mais ainda, Lucília Gago sublinhou que não cabe à procuradora-geral “despachar processos, definir estratégias investigatórias nem os seus tempos ou os seus modos”. Esse processo, continua, “tem titulares, magistrados responsáveis pela investigação que, obviamente, seguirão uma linha e pô-la-ão em prática. É isso que posso dizer.”

A PJ realizou na quarta-feira buscas em casa de Rui Rio, ex-líder do PSD, de Hugo Carneiro, ex-secretário-geral do partido e atual deputado, de Florbela Guedes, ex-assessora de Rio, e de outros ex-dirigentes do PSD. Estão relacionadas com uspeitas de peculato e abuso de poder que nasceram já em 2020 com um conjunto de denúncias internas. Em declarações aos jornalistas, Rui Rio disse que a investigação foi feita para “afetar” a sua imagem, uma vez que as práticas de que a sua gestão é suspeita são feitas por “todos os partidos”.

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