O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, criticou hoje as tentativas de “demonização” das alternativas políticas democráticas na República e na Madeira, considerando que a sua ausência contribui para o surgimento de fenómenos extremistas.

“É preciso sempre valorizar muito as alternativas democráticas que existem aqui na Madeira, e felizmente existem, fazem um bom trabalho e estão empenhadas”, disse Francisco Assis, que foi um dos oradores convidados da IV Convenção dos Estados Gerais do PS/Madeira que decorrem na cidade de Santa Cruz subordinados ao tema ‘Economia de Futuro’.

O presidente do CES falou do grande respeito que merecem as pessoas que fazem política de oposição e “que estão a fazer um esforço grande para se constituírem como alternativa política”.

A Região Autónoma da Madeira sempre foi governada pelo PSD desde o 25 de Abril de 1974.

“Porque acho que a democracia precisa sempre de alternativas, quer aqui na Madeira, quer no espaço nacional”, complementou, defendendo a importância de escolha em democracia, porque “dentro do espaço democrático se falham as alternativas democráticas, evidentemente surgem as alternativas extremistas”.

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Falando sobre a situação económica e social do país, referiu que o crescimento entre 2000 e 2020 foi “bastante baixo, muito aquém” das expectativas, mas, apresenta, atualmente, “indícios de crescimento a um ritmo maior”, apontando que um dos problemas é haver ainda uma produtividade abaixo da média europeia.

Outro dos oradores neste iniciativa foi o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Cruz, que realçou a necessidade de haver uma resposta integrada, conjugando crescimento económico com preocupações de responsabilidade social e sustentabilidade ambiental.

Para o governante, é obrigatória uma “transformação profunda da economia, na forma de fazer negócio e de criar riqueza”.

Bernardo Cruz também opinou que o aumento de consciencialização sobre a temática das alterações climáticas teve impactos, nomeadamente, aos níveis científico e legislativo, no acesso a financiamento a projetos que se exigem serem sustentáveis, nas opções dos consumidores e a capacidade de retenção dos trabalhadores e do talento.

O secretário de Estado ainda salientou que o Governo da República vai criar um mecanismo para apoiar as PME’s (Pequenas e Médias Empresas) a se adaptarem a uma nova realidade marcada pela sustentabilidade empresarial e a responsabilidade social até 2027.

Quanto ao presidente do PS/Madeira, Sérgio Gonçalves destacou que a economia desta região depende essencialmente dos setores do turismo e da construção civil, atividades que registam uma forte precariedade laboral e baixos salário, situação que coloca este arquipélago como “a região do país com o rendimento médio mais baixo”.

“Para invertermos esta situação, temos de diversificar a nossa economia, apostar em novas áreas, como o setor do mar ou o digital, com políticas dirigidas a esses setores e ao tecido empresarial, que criem emprego qualificado e bem remunerado”, sustentou o líder socialista madeirense.

Sérgio Gonçalves mencionou a questão da baixa, insistindo na aplicação do diferencial de 30% em todos os impostos.

“Defendemos, uma economia que aposte em novas áreas, que tenha impostos mais baixos e que permita também apostar na qualificação, para reter as pessoas na Madeira e deixarmos de ser uma economia com uma terra de emigração”, sublinhou.