Rui Moreira recorreu às redes sociais para reagir às informações alegadamente falsas que têm sido partilhadas relativamente ao encerramento de vários espaços no centro comercial Stop, no Porto, esta terça-feira.
Numa mensagem divulgada durante a tarde desta quinta-feira, o presidente da Câmara Municipal do Porto recusou que houvesse “interesses imobiliários e a construção de um hotel” por detrás do fecho do Stop. “Isso é profundamente mentira”, declarou o autarca. “Não conhecemos nenhum projeto imobiliário.”
Para “que fique claro”, o autarca declarou que, “se por ventura, os proprietários pudessem e quisessem vender o Stop, a Câmara Municipal do Porto teria comprado o Stop ou iria comprar o Stop, tal como fez, aliás, com o Teatro Sá da Bandeira”. Para “aí sim prevista a construção de um hotel e a cidade mobilizou-se para que a Câmara Municipal do Porto viesse a adquirir esse equipamento”.
Rui Moreira quis também esclarecer que, “já em novembro do ano passado, prevendo esta situação, e em reunião de Câmara, falando com as outras forças políticas, chegámos à conclusão de que havia outra alternativa, o Silo Auto, onde temos dois andares disponíveis e onde se podia construir estúdios individuais com todas as garantias, com todas as condições, com um investimento municipal”.
Segundo o presidente, a vantagem do Silo Auto é que se trata de um edifício da autarquia e que, portanto, não precisa de ser comprado.
O autarca apontou que, recentemente, se apresentou uma nova alternativa, a Escola Pires de Lima, que vai ser fechada e que fica a 200 metros do centro comercial.
O presidente da Câmara do Porto revelou que ainda esta quinta-feira se vai reunir com uma outra associação do Stop, a Alma Stop, à qual apresentará as duas alternativas disponíveis. Moreira falou esta quarta-feira com a Associação de Músicos do Stop.
“Há uma coisa que é clara: o Stop não pode estar em funcionamento. Há uma situação de profunda ilegalidade e há um risco iminente para a população. E com isso naturalmente nós não podemos compactuar”, declarou Rui Moreira.
Na terça-feira de manhã, a Polícia Municipal encerrou 105 das 126 lojas do centro comercial, que eram sobretudo usadas como estúdios ou salas de ensaio, “por falta de licenças de utilização para funcionamento”, justificou a autarquia. De acordo com a Associação de Músicos do Stop, quase 500 artistas ficaram sem “ter para onde ir”.
Está marcado um protesto para segunda-feira, 24 de julho, “Cultura Não se Cala”, que está a ser divulgado através das redes sociais. A concentração está marcada para as 15h, em frente à Câmara Municipal do Porto, a que se seguirá uma marcha até ao Stop, a partir das 19h30.