Há novas acusações no caso dos documentos confidenciais de Mar-a-Lago que visa Donald Trump. O ex-Presidente dos EUA, que no início de junho foi formalmente indiciado pela prática de 37 crimes, ficou esta quinta-feira a saber que enfrente mais três acusações (uma de retenção indevida de informações de defesa nacional e duas de obstrução à justiça).

As novas acusações fazem parte de um despacho extraordinário do procurador especial do Departamento de Justiça (DOJ), Jack Smith, e dizem respeito a um documento específico sobre possíveis planos de ataque contra o Irão, que o antigo Chefe de Estado e atual candidato à nomeação republicana mencionou numa gravação datada de julho de 2021.

Revelada gravação onde Donald Trump admite que guardou documento confidencial sobre possível ataque ao Irão

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Além das novas acusações contra Trump, o despacho acrescenta ainda um novo arguido ao processo: Carlos De Oliveira, um empregado da Trump Organization que, de acordo com a ABC News, é o responsável pela manutenção da propriedade Mar-a-Lago, na Florida, de onde os documentos foram retirados.

Segundo a acusação, Oliveira terá participado ativamente no esquema para esconder vários dos documentos das autoridades, mentindo subsequentemente aos investigadores ao ter afirmado que não transportou caixas contendo documentos classificados.

De acordo com a CNN Internacional, imagens de videovigilância na posse do DOJ mostram Oliveira e Walt Nauta, um conselheiro de Trump que também é um dos arguidos no processo, a transportar várias caixas em Mar-a-Lago, pouco antes de o advogado de Trump, Evan Corcoran, recolher os documentos para os entregar às autoridades. Corcoran acabaria por ceder aos oficiais do Departamento de Justiça cerca de 38 documentos confidenciais; no entanto, aquando de uma busca no resort da Florida, o FBI descobriu mais de 100 documentos adicionais, na arrecadação e no escritório pessoal de Trump.

O DOJ acredita que esta situação prova que “documentos governamentais foram, muito provavelmente, escondidos e removidos da arrecadação” do resort, tal como defendeu numa sessão judicial já este ano.

Além de ter alegadamente escondido documentos, os procuradores acreditam ainda que Oliveira terá tentado apagar as imagens de videovigilância a mando de Trump, instruindo um funcionário de Mar-a-Lago de que “o chefe” queria o servidor com as imagens apagado, de acordo com a acusação citada pela ABC News.

Em comunicado, um porta-voz do republicano, de 77 anos, considerou que as novas acusações “mais não são do que uma tentativa continuada e desesperada da Família do Crime Biden e do seu Departamento de Justiça de assediar o Presidente Trump e aqueles que lhe são próximos”, repetindo a linha de defesa que Trump tem seguido para todos os casos que o envolvem, ao declarar que tudo não passa de uma conspiração política contra si.

Trump e Nauta declararam-se inocentes quando se conheceu a acusação inicial de junho. Já Oliveira foi intimado a comparecer na próxima segunda-feira no tribunal federal de Miami para responder aos indícios contra si. O início do julgamento está previsto para maio de 2024.

EUA: julgamento de Trump sobre documentos confidenciais começa em maio de 2024