Leia aqui tudo sobre o Campeonato do Mundo feminino de 2023

O Brasil e a França são cabeças de cartaz deste Mundial. Nos festivais de música nem sempre é bom ter artistas principais a tocar ao mesmo tempo, sob pena de só se poder ver um deles, mas, em Brisbane, na Austrália, não houve problemas com isso. O acordo era que realizassem uma battle para no fim se avaliar quem rimava melhor.

“A França é uma das melhores seleções do mundo, mas nós também somos fortes. Na minha opinião, este é o jogo mais importante do grupo e estamos na melhor posição possível para acabar com a nossa má fase contra elas. É uma partida que se vai resumir aos mínimos detalhes, tanto no ataque, como na defesa, mas tenho a certeza de que podemos sair vencedoras”, explicou Lauren, internacional brasileira titular no setor defensivo, que relembrou que a canarinha nunca tinha vencido a seleção francesa nos 11 jogos anteriores disputados entre ambas, um dos quais no Mundial 2019.

O dia de Ary Borges para funcionário público ver: Brasil estreia-se no Mundial com uma goleada de chorar por mais frente ao Panamá

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Clara Mateo, jogadora francesa, mostrou que, apesar do historial, as gaulesas não partiam em vantagem.”Vai ser um jogo diferente do da Jamaica. O Brasil adora ter a bola e tem algumas jogadoras muito técnicos. Precisamos de estar bem, explorar o espaço que elas vão deixar e aproveitar as oportunidades. Sabemos o que precisamos fazer. Estamos cheias de determinação para esta partida”.

A França não podia recuperar os pontos perdidos contra a Jamaica (0-0), mas podia impedir o Brasil de chegar às duas vitórias seguidas. A guarda-redes do Brasil, Lelê, começou por conter a demonstração de força que a equipa treinada por Hervé Renard impôs nos primeiros 20 minutos. Ainda assim, Eugénie Le Sommer (17′) superiorizou-se à antiga jogadora do Benfica com um desvio de cabeça.

Em França, as dores de ontem são as dores de hoje (a crónica do França-Jamaica)

Depois do equilíbrio que se instalou, o início de segunda parte do Brasil foi tão bom como o da França na primeira. Debinha (58′) trocou as voltas à defesa gaulesa para empatar. A partir daqui, as francesas começaram a sentir o peso de irem para a terceira jornada do grupo F sem qualquer vitória, projetando-se para o ataque com o risco de sofrerem na defesa, muito embora tenham conseguido um par de ocasiões de perigosas fruto desse investimento. A linha recuada, composta por Maelle Lakrar, Wendie Renard, Sakina Karchaoui e Eve Perisset, resolveu os sobressaltos. A França ia acabar por chegar ao golo da vitória dentro dos dez minutos finais. Wendie Renard (83′) foi à área e conseguiu fazer o 2-1 que deu a primeira vitória às gaulesas no Mundial.

A pérola

  • Enquanto se espera pelo golo de Marta (entrou aos 85 minutos) que vai tornar a histórica jogadora brasileira a primeira atleta (mulher ou homem) a marcar em seis Mundiais, Debinha estreou-se a marcar na prova em que participa pela segunda vez. Foi a principal agitadora do Brasil. Pecou apenas por não ter definido ligeiramente melhor em alguns lances de transição ofensiva que podiam, naquela altura, ter dado a vantagem ao Brasil.

O joker

  • Esteve no Benfica ao longo de duas épocas e não era titular absoluta. Lelê acabou por deixar Portugal rescindindo contrato por motivos pessoais, revelou na altura o clube encarnado. “Não é bem uma despedida, mas talvez um até logo. Foi um enorme prazer, um grande orgulho ter vestido esta camisola e representado este grande clube que é o Benfica”, disse a jogadora que acabou por rumar ao Corinthians. Tem-se assumido como a principal guarda-redes do Brasil e evitou que o golo da vitória da França tivesse chegado mais cedo.

A sentença

  • Na segunda jornada do grupo F, ainda se falta jogar o Panamá-Jamaica, mas a vitória da França, independentemente do que acontecer neste jogo, deixa tudo em aberto para a última ronda. A única certeza é que se o Panamá perder, neste sábado, está eliminado. Realisticamente, se França e Brasil confirmarem o favoristismo contra Panamá e Jamaica, respetivamente, na terceira jornada, estão ambas as seleções apuradas.

A mentira

  • No geral, o Brasil não foi melhor do que a França mesmo que viesse de um resultado mais positivo. Um adepto brasileiro que se deslocou à Austrália para assistir ao jogo levou um cartaz para o estádio que dizia “pão de queijo é melhor do que croissant”. Se traduzirmos a frase para a realidade futebolística, constatamos que é mentira.