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O Brasil e a França são cabeças de cartaz deste Mundial. Nos festivais de música nem sempre é bom ter artistas principais a tocar ao mesmo tempo, sob pena de só se poder ver um deles, mas, em Brisbane, na Austrália, não houve problemas com isso. O acordo era que realizassem uma battle para no fim se avaliar quem rimava melhor.
“A França é uma das melhores seleções do mundo, mas nós também somos fortes. Na minha opinião, este é o jogo mais importante do grupo e estamos na melhor posição possível para acabar com a nossa má fase contra elas. É uma partida que se vai resumir aos mínimos detalhes, tanto no ataque, como na defesa, mas tenho a certeza de que podemos sair vencedoras”, explicou Lauren, internacional brasileira titular no setor defensivo, que relembrou que a canarinha nunca tinha vencido a seleção francesa nos 11 jogos anteriores disputados entre ambas, um dos quais no Mundial 2019.
Clara Mateo, jogadora francesa, mostrou que, apesar do historial, as gaulesas não partiam em vantagem.”Vai ser um jogo diferente do da Jamaica. O Brasil adora ter a bola e tem algumas jogadoras muito técnicos. Precisamos de estar bem, explorar o espaço que elas vão deixar e aproveitar as oportunidades. Sabemos o que precisamos fazer. Estamos cheias de determinação para esta partida”.
A França não podia recuperar os pontos perdidos contra a Jamaica (0-0), mas podia impedir o Brasil de chegar às duas vitórias seguidas. A guarda-redes do Brasil, Lelê, começou por conter a demonstração de força que a equipa treinada por Hervé Renard impôs nos primeiros 20 minutos. Ainda assim, Eugénie Le Sommer (17′) superiorizou-se à antiga jogadora do Benfica com um desvio de cabeça.
Em França, as dores de ontem são as dores de hoje (a crónica do França-Jamaica)
Depois do equilíbrio que se instalou, o início de segunda parte do Brasil foi tão bom como o da França na primeira. Debinha (58′) trocou as voltas à defesa gaulesa para empatar. A partir daqui, as francesas começaram a sentir o peso de irem para a terceira jornada do grupo F sem qualquer vitória, projetando-se para o ataque com o risco de sofrerem na defesa, muito embora tenham conseguido um par de ocasiões de perigosas fruto desse investimento. A linha recuada, composta por Maelle Lakrar, Wendie Renard, Sakina Karchaoui e Eve Perisset, resolveu os sobressaltos. A França ia acabar por chegar ao golo da vitória dentro dos dez minutos finais. Wendie Renard (83′) foi à área e conseguiu fazer o 2-1 que deu a primeira vitória às gaulesas no Mundial.
A pérola
- Enquanto se espera pelo golo de Marta (entrou aos 85 minutos) que vai tornar a histórica jogadora brasileira a primeira atleta (mulher ou homem) a marcar em seis Mundiais, Debinha estreou-se a marcar na prova em que participa pela segunda vez. Foi a principal agitadora do Brasil. Pecou apenas por não ter definido ligeiramente melhor em alguns lances de transição ofensiva que podiam, naquela altura, ter dado a vantagem ao Brasil.
O joker
- Esteve no Benfica ao longo de duas épocas e não era titular absoluta. Lelê acabou por deixar Portugal rescindindo contrato por motivos pessoais, revelou na altura o clube encarnado. “Não é bem uma despedida, mas talvez um até logo. Foi um enorme prazer, um grande orgulho ter vestido esta camisola e representado este grande clube que é o Benfica”, disse a jogadora que acabou por rumar ao Corinthians. Tem-se assumido como a principal guarda-redes do Brasil e evitou que o golo da vitória da França tivesse chegado mais cedo.
A sentença
- Na segunda jornada do grupo F, ainda se falta jogar o Panamá-Jamaica, mas a vitória da França, independentemente do que acontecer neste jogo, deixa tudo em aberto para a última ronda. A única certeza é que se o Panamá perder, neste sábado, está eliminado. Realisticamente, se França e Brasil confirmarem o favoristismo contra Panamá e Jamaica, respetivamente, na terceira jornada, estão ambas as seleções apuradas.
A mentira
- No geral, o Brasil não foi melhor do que a França mesmo que viesse de um resultado mais positivo. Um adepto brasileiro que se deslocou à Austrália para assistir ao jogo levou um cartaz para o estádio que dizia “pão de queijo é melhor do que croissant”. Se traduzirmos a frase para a realidade futebolística, constatamos que é mentira.
"Pão de queijo é melhor que croissant"
???? Reuters pic.twitter.com/aVD1jXDHOL
— Mundo da Bola (@mundodabola) July 29, 2023