A temporada 2022/23 não foi positiva para o Sporting. A disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões pela segunda temporada consecutiva, os leões não foram além do 4.º lugar na Primeira Liga, perderam a final da Taça da Liga, caíram muito cedo na Taça de Portugal e só sonharam na Liga Europa, eliminando o Arsenal e chegando aos quartos de final. 2023/24, obrigatoriamente, terá de ser melhor.

E 2023/24, de forma um bocadinho mais a sério, começava este domingo. O Sporting apresentava-se oficialmente aos sócios no primeiro jogo da temporada em Alvalade, no habitual Troféu Cinco Violinos e perante o Villarreal, e tinha na presença de Gyökeres e na ausência de Ugarte as principais novidades. O mercado de transferências ainda não fechou — e é expectável que os leões, que já tiveram um lateral direito fechado mas acabaram por deixar cair o negócio devido a questões encontradas nos testes médicos, ainda reforcem a direita da defesa e o meio-campo.

Do outro lado, numa equipa orientada por Quique Setién, o Villarreal perdeu Nicolas Jackson, Pau Torres e Chukwueze — num encaixe financeiro total de 90 milhões de euros — e contratou Ramón Terrats e o avançado Sørloth, entrando na nova temporada com o objetivo de melhorar ou pelo menos repetir o 5.º lugar alcançado na última época.

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No primeiro onze inicial da época em Alvalade e perante os adeptos leoninos, Rúben Amorim mantinha o habitual 3x4x3 que é um 5x2x3 a defender e apostava em Coates, Inácio e Quaresma no trio de centrais, com Esgaio na ala direita e Matheus Reis no lado contrário. Morita e Pote eram os responsáveis pelo meio-campo, com Edwards e Trincão a surgirem no apoio a Gyökeres, e tanto St. Juste como Nuno Santos ficavam de fora das opções devido a problemas físicos.

Pote protagonizou o primeiro lance de maior perigo do jogo, com um livre direto que passou ligeiramente por cima da baliza (11′), e a partida ia sendo disputada essencialmente na zona do meio-campo –– o Sporting explorava a profundidade e a capacidade de explosão de Gyökeres, essencialmente junto ao corredor direito, enquanto que o Villarreal procurava incursões interiores para atrair a defensiva leonina.

O avançado sueco ficou muito perto de abrir o marcador na sequência de uma investida individual, rematando para defesa de Jörgensen depois de um lance em que demonstrou todo o poderio físico que tem (18′), e os espanhóis responderam por intermédio de Moreno, que viu Adán ocupar toda a baliza numa altura em que estava isolado (24′). O Sporting beneficiou de alguma superioridade à passagem da meia-hora, com Matheus Reis (28′) e Edwards (32′) a ficarem ambos perto do golo, mas o Villarreal desmontava a defesa adversária sempre que conseguia colocar a bola nas costas dos três centrais.

Moreno colocou a bola no fundo da baliza, com o golo a ser anulado por fora de jogo do avançado espanhol (34′), e acertou na barra pouco depois (40′), atirando de pé esquerdo depois de aproveitar um erro de Quaresma. O nulo só foi desbloqueado nos últimos instantes da primeira parte, com Edwards a pegar na bola no corredor central, a descair na esquerda para entrar na grande área e passar por vários adversários até rematar de baixo para cima para surpreender o guarda-redes (44′). 

Morales ainda empatou pouco depois, com o golo a ser novamente anulado por fora de jogo, e o Sporting foi mesmo a vencer para o intervalo — levando na bagagem uma primeira parte onde a maior semelhança entre as duas equipas era claramente a fragilidade defensiva de parte a parte, que era visível e impossível de disfarçar.

Rúben Amorim não fez alterações para a segunda parte — o Sporting só mudou mesmo o equipamento, passando a atuar com o alternativo –, mas Quique Setién decidiu mexer e lançou Gabbia, Brereton Díaz, Capoue e Denis Suárez. O Villarreal voltou do intervalo mais pressionante, encurtando o tempo de reação à perda de bola e empurrando os leões para o próprio meio-campo, com Brereton a ficar muito perto do empate com um remate que passou ao lado (50′).

O treinador leonino fez as primeiras substituições à passagem dos 10 minutos da segunda parte e trocou Esgaio e Edwards por Geny Catamo e Paulinho, com o avançado português a ser muito aplaudido pelas bancadas de Alvalade. A revolução chegou à hora de jogo: saíram Adán, Coates e Trincão, entraram Franco Israel, Diomande e Daniel Bragança. O Sporting aumentou a vantagem por intermédio de Pote, que também protagonizou um lance brilhante ao tirar dois adversários da frente para depois atirar rasteiro (72′), e Paulinho fechou as contas com um desvio ao primeiro poste na sequência de um cruzamento de Catamo na direita (75′).

No fim, o Sporting derrotou o Villarreal e conquistou o Troféu Cinco Violinos pela oitava vez — só o perdeu em três ocasiões, contra o Empoli (2018), o Valencia (2019) e o Sevilha (2022). Os leões vão realizar o último jogo da pré-época no próximo sábado, em Liverpool e contra o Everton, e estreiam-se oficialmente na primeira jornada do Campeonato contra o Vizela, em casa, no dia 12 de agosto.