O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse esta segunda-feira que pretende fazer da educação uma das prioridades do seu Governo para fazer face ao abandono a que a área terá sido submetida pelo seu antecessor, Jair Bolsonaro.
“Entre tantos males que esses últimos anos de ‘desgoverno’ trouxeram ao país, um deles me encheu de tristeza: o número de crianças e adolescentes pedindo esmolas nos semáforos quando deveriam estar na escola”, disse Lula da Silva, num discurso numa cerimónia oficial no Palácio do Planalto, sede do Governo brasileiro.
Segundo o chefe de Estado, alunos que abandonaram a escola nos últimos anos, principalmente após a pandemia de Covid-19, têm o futuro comprometido por falta de educação e oportunidades.
Lula da Silva põe fim ao programa de escolas “cívico-militares” de Bolsonaro
“Não vamos descansar enquanto não fizermos da educação um investimento necessário para o futuro do Brasil”, afirmou o Presidente, que também sancionou um projeto que visa aumentar o número de alunos brasileiros matriculados em escolas públicas que oferecem ensino em tempo integral.
O programa visa oferecer educação em tempo integral a um milhão de novos alunos no seu primeiro ano e a 3,25 milhões até ao final do terceiro mandato presidencial de Lula da Silva, em dezembro de 2026.
Dessa forma, o Governo brasileiro espera aumentar o número de alunos matriculados em escolas de tempo integral dos atuais 5,3 milhões para cerca de 8,55 milhões em 2026, para cumprir a meta de que 50% das escolas públicas ofereçam essa modalidade e que em 25% do ensino fundamental os estudantes do país se beneficiam disso.
“Se a democracia sofreu um ataque em 8 de janeiro, a educação sofreu ataques permanentes nos últimos seis anos. E não só pela redução do orçamento, mas também pela difusão de mensagens de ódio contra professores e escolas”, afirmou Lula da Silva, referindo-se à tentativa de golpe promovida há quase sete meses por milhares de “bolsonaristas” que invadiram e provocaram destruição em prédios públicos em Brasília.
O líder brasileiro também afirmou que as milhares de crianças sem escola simbolizam o abandono a que o Brasil foi submetido no Governo Bolsonaro (2019-2022) e que isto foi um dos motivos que o levaram a disputar e a vencer novamente a eleição para a Presidência do país.
“Porque era preciso acabar com a fome no Brasil, gerar novos empregos, retomar programas sociais abandonados e fazer da educação novamente uma das prioridades do país”, enfatizou Lula da Silva.
Segundo o governante, somente com a universalização do ensino e com uma educação de qualidade nas escolas públicas será possível alcançar uma sociedade mais justa.
“Para que os filhos das famílias pobres tenham as mesmas oportunidades que os filhos das famílias ricas, é preciso oferecer-lhes as mesmas condições educacionais. Só assim será possível combater a desigualdade social na raiz”, concluiu o Presidente brasileiro.