O telescópio espacial James Webb captou imagens nunca antes vistas da Nebulosa do Anel, a 2.600 anos-luz da Terra. Nelas, pode ver-se a auréola de gás que se formou quando uma estrela morreu há 4 mil anos — que revela pistas sobre o futuro distante do Sol, que se estima que viva mais 6 mil milhões de anos. As imagens foram reveladas por uma equipa de astrónomos especialistas do Reino Unido, França, Canadá. Estados Unidos, Suécia, Espanha, Brasil, Irlanda e Bélgica.

Estas são as imagens mais detalhadas alguma vez captadas da Nebulosa do Anel, também conhecida como Messier 57. Esta formação é bastante conhecida entre os entusiastas da astronomia pela sua visibilidade nos meses de verão.

A Nebulosa do Anel é conhecida pela variedade de padrões com anéis brilhantes. No centro do anel está uma anã branca, um tipo de formação que irradia raios ultravioleta e raios-X, levando a que o gás à sua volta seja colorido, apresentando uma exuberante mistura de verdes, roxos, azuis, tons de laranja e amarelos.

O James Webb também captou imagens de duas estrelas em formação ativa, conhecidas como Herbig-Haro 46/47, essas a 1.470 anos-luz da Terra. Quando ampliada, essa imagem mostra uma curiosa formação semelhante a um ponto de interrogação.

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O ponto de interrogação poderá tratar-se de uma galáxia distante ou de galáxias em interação

Em entrevista ao Space.com, representantes do Space Telescope Science Institute (STScI), à frente das operações cientificas do James Webb, revelaram: “Esta pode ser a primeira vez que vemos este objeto em particular”, acrescentando que se poderá tratar de “uma galáxia distante ou, potencialmente, de galáxias em interação [as suas interações podem ter originado o formato distorcido de um ponto de interrogação].”

Estas descobertas são possíveis graças à capacidade de captação de imagens de alta-resolução de Infravermelho Próximo, que conseguem espreitar galáxias a uma distância de 13.4 milhões de anos-luz. O James Webb foi desenvolvido pela NASA em colaboração com a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Canadiana. É o maior e mais poderoso telescópio já lançado no espaço, um projeto de 10 mil milhões de dólares com o nome de um antigo administrador da NASA, tendo sido enviado para o espaço em 25 de dezembro do ano passado.