Treinar
Pura fisiologia circadiana: acordar com a luz do sol é mais fácil e organiza-nos a jornada. Aqui, a luz da manhã entra clara e preenche totalmente o quarto, logo a partir dos primeiros minutos do dia. Como as VELUX estão viradas a poente, a claridade é suave e perfeita para “despertar o corpo” com um treino de ioga. Joana estende os tapetes à frente da cama e “é como estar no meio da natureza. Esse contacto é importante”. Se o vento da Ericeira não estiver revolucionário, a atriz abre as janelas e deixa o ar com cheiro a mar entrar no quarto. No final de um treino intenso, vem o prémio: uns minutos de meditação no tapete ou na cama bastam para estimular a concentração e vitalidade que o resto do dia vai pedir. Além do shot de vitamina D e serotonina que o astro-rei envia.

Rearrumar
“Quatro janelas é o que faz sentido com esta vista e o bom de estarem centralizadas é que consigo ver o mar de qualquer ponto do quarto”, explica Joana Duarte. O impacto da vista para o mar e para o céu é tanto que sabe bem ir fazendo experiências com a mobília. Já teve a cama mesmo debaixo das janelas, para ver as estrelas na primeira fila; já limpou por completo este espaço para poder dar largas aos movimentos de ioga mais complexos e, por agora, mantém livre a área suficiente para que possa abrir completamente uma das janelas e pôr-se de pé debaixo dela. Fica com a cabeça e os ombros de fora, o vento a bater-lhe na cara e ainda ouve pássaros a cantar no pinhal, aqui próximo. O adjetivo está gasto, mas enquanto repete este gesto sai-lhe naturalmente: “é incrível”.

Criar
Num dos cantos do quarto, há uma bancada alta, cheia de gavetinhas, alicates de pontas retorcidas, pesos e martelinhos. Numa viagem à Austrália, há cerca de um ano e meio, Joana Duarte aproximou-se da joalharia. Quando voltou à Ericeira, surgiu a hipótese de montar um pequeno estúdio no quarto e não pensou duas vezes. A escolha do local foi intuitiva: ao final da tarde, o momento que mais facilmente consegue dedicar a esta arte, este canto ainda está cheio de luz, mesmo sendo afastado das janelas. Pode passar horas a malear metais, sendo o sol o seu único relógio nestes momentos de criação. “De vez em quando levanto a cabeça para descansar, olho para o mar. É um trabalho muito minucioso: é muito importante estar concentrada e atenta ao detalhe.

Sonhar
Naturalmente, um quarto é para sonhar – literalmente – e a hora do abraço de Morfeu, para Joana Duarte, só chega no escuro profundo: há que correr as cortinas de escurecimento. Mas mais do que um quarto para dormir, esta divisão é também a do sonho metafórico, das aspirações e desejos, da contemplação. Para sonhar acordado, “nada melhor do que este pôr do sol fantástico. Acontece mesmo aqui, à frente da janela”, aponta para o horizonte. “Se estiverem amigos cá em casa, vêm sempre tirar fotografias”, conta. Tão hipnóticas quanto o pôr do sol, só mesmo as noites de lua gigante e brilhante, com o céu limpo – um autêntico planetário. Aí vale a pena arrastar a cama para debaixo das VELUX e dar uma folga às cortinas blackout.

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