Mais uma época, mais uma voltinha no mercado dos centrais, mais uma valente quantidade de moedinhas em forma de milhões de euros por uma contratação. Em 2023, a sorte grande de reforçar o Manchester City saiu ao croata Josko Gvardiol, do RB Leipzig. Jovem (21 anos), promissor, muito descontraído a falar com a imprensa como se viu nas zonas mistas do Campeonato do Mundo quando lhe perguntavam que clube de Inglaterra preferia reforçar em janeiro ou no verão (perguntando mesmo a sorrir a um jornalista se ele era adepto do Chelsea para insistir tanto na possibilidade de rumar a Stamford Bridge). Foi também assim que o internacional balcânico se apresentou nos campeões, recordando uma “vantagem” de ser dos citizens.

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“Todos queriam evitar o Manchester City na época passada. Infelizmente, fomos uma das equipas que jogou contra eles na Champions. Sabíamos que ia ser difícil mas acabou por ser inacreditável. A forma como o City jogou em casa e a atmosfera no estádio… Foi uma coisa de outro nível. Haaland? Todos sabem os danos que nos causou. É bom saber que agora estou na equipa dele. Sempre foi um jogador difícil de marcar. É forte, rápido, tem tudo para se tornar num dos melhores do mundo. Felizmente agora estamos na mesma equipa e já não tenho de me preocupar com ele…”, comentou Gvardiol. A estreia na Premier League (que teve o croata para já ainda no banco, com Akanji e Nathan Aké de início pelas lesões de Rúben Dias e John Stones) explicou mais uma vez o porquê dessa ideia sobre o norueguês. E não foi preciso muito tempo.

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Quando recuamos um ano, a primeira impressão que Haaland deixou na Supertaça inglesa não foi a melhor. Aliás, aquela bola sem guarda-redes na baliza que acertou na trave valeu uma série de comparações com tudo o que de mau poderia haver. No entanto, todas essas críticas caíram em saco roto ao longo de uma época que consagrou o gigante como um dos melhores da atualidade – e casa vez mais completo enquanto jogador nas mãos de Pep Guardiola. Na Premier League, foram 36 golos e oito assistências em 35 jogos; na Champions, 12 golos e uma assistência em 11 jogos; no total de todas as provas oficiais, 52 golos em 53 jogos. A máquina humana em forma de jogador tornou-se uma máquina extraterrestre em forma de números em frente à baliza. Mais do que isso, chegou para ficar. E o Burnley, campeão do Championship, que o diga.

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Vincent Kompany, o antigo capitão do Manchester City que fez 360 jogos no clube que lhe valeram até uma estátua no estádio, era foco de todas as atenções na partida que assinalava o regresso do Burnley ao convívio dos grandes no pequeno Turf Moor. Percebia-se: entre a maioria dos adeptos visitados sobrava a confiança numa boa época depois de uma pré-temporada interessante; na minoria que eram os visitantes, havia aquela nostalgia em forma de gratidão pelo ex-central que esteve na génese da versão City-todo-poderoso. O jogo inaugural contra Pep Guardiola foi um pesadelo, com uma goleada por 6-0 nos quartos da Taça de Inglaterra no Etihad Stadium em 2022/23, o reencontro trouxe outra realidade. Contudo, também trouxe Haaland.

Depois do hat-trick marcado nesse encontro da Taça, o norueguês necessitou apenas de 185 segundos para chegar ao primeiro golo da época e do Campeonato, desviando na área uma assistência de Rodri após jogada combinada entre Kevin de Bruyne e Bernardo Silva à direita. O belga e de novo Haaland voltaram a ameaçar a baliza de James Trafford (guarda-redes que era dos quadros dos citizens e que custou cerca de 18 milhões aos clarets) mas após esses 15 minutos de pressão intensa houve uma reação da equipa da casa, que teve no antigo avançado do V. Guimarães Lyle Foster uma das principais ameaças. Já sem De Bruyne em campo por lesão, o Burnley pressionava para tentar chegar ao empate mas seria Haaland, após assistência de Julian Álvarez na área, a rematar de primeira em arco para o 2-0 que se registava ao intervalo (36′).

Os campeões ingleses e europeus tinham o encontro na mão em vésperas de nova final europeia (desta vez a Supertaça Europeia com o Sevilha, em Pireu) mas o intervalo chegou com a imagem de marca da partida. Ao ver Haaland a protestar com os companheiros por não ter mais bola, Pep Guardiola foi dar um raspanete ao avançado, deu depois um pequeno toque à câmara que acompanhava esse diálogo e continuou a explicar ao norueguês que teria de perceber os tempos de jogo e de construção da equipa. Essa foi aliás a nota principal do segundo tempo, com o Manchester City a gerir a vantagem num encontro que valeu mais um recorde ao número 9 – nunca ninguém tinha marcado o primeiro e o segundo golos de uma edição da Premier. E seria Rodri, o herói da vitória na Liga dos Campeões, a fechar as contas do triunfo depois de um livre lateral.

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