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Sensores e muita tecnologia foi o necessário para medir a força do remate de Chloe Kelly que fuzilou a baliza da Nigéria no penálti decisivo que colocou a Inglaterra nos quartos de final. Menos refinada foi a mecânica que a internacional inglesa aplicou na bola que fez atingir o fundo das redes a 111 km/h, um pico de potência maior do que qualquer golo anotado na Premier League na temporada passada.

A exibição da Inglaterra frente à Nigéria, apesar de tudo, não foi assim tão impositiva como o momento em que ficou decidida a eliminatória. As Lionesses, que já não estavam a ter um jogo simples, ficaram com a tarefa ainda mais dificultada com a expulsão de Lauren James que pisou propositadamente uma adversária caída no chão e viu o cartão vermelho.

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Para Chloe Kelly, “decidir” é nome do meio: suplente de luxo garante sobrevivência da Inglaterra frente à Nigéria

Desta forma, nos quartos de final, contra a Colômbia, a seleção inglesa não contava com a jogadora mais em evidência nas campeãs da Europa ao longo do torneio. “A Lauren está muito arrependida pelas ações que levaram ao cartão vermelho e está cheia de remorsos. Não tem nada a ver com a personalidade dela”, escreveram as Lionesses ainda antes de saberem a James ficaria suspensa por dois jogos. 

Respondendo diretamente a uma publicação de Michelle Alozie, a jogadora nigeriana envolvida no incidente, Lauren James expressou a título pessoal o arrependimento que sentia em relação à atitude que teve durante o jogo. A selecionadora da Inglaterra, Sarina Wiegman, na antevisão à meia-final contra a Colômbia, justificou o comportamento da jogadora de 21 anos com a “inexperiência em grandes palcos”, referindo que “não quis magoar ninguém”. A técnica descreveu James como “a pessoa mais amável que conhece” e aponta que este momento vai servir como uma “grande lição” para a atleta do Chelsea.

Contra a Colômbia, as Lionesses jogavam, em Sydney, na Austrália, por um lugar nas meias-finais. Não havia Lauren James, havia Ella Toone para ocupar o seu lugar. Mantendo a estrutura de 3x4x3, a Inglaterra começou bem. Lauren Hemp esteve perto de abrir o marcador ainda no dez minutos inicias, mas acertou em cheio na cabeça de Carolina Arias que estava deitada no relvado na sequência do lance. A defesa acabou por sair devido aos problemas causados pelo incidente.

A reta final da primeira parte foi bastante ativa. Leicy Santos (44′) tentou um cruzamento a partir da direita e acabou por fazer um chapéu a Mary Earps. A guarda-redes ficou a desejar ter calçado luvas um tamanho acima, tal a proximidade a que a mão da inglesa ficou de evitar o golo. Respondeu Lauren Hemp (45+7′). Como as coisas andam, com o tempo de compensação não se brinca. Dentro dos oito minutos de adicionais dados pela árbitra do encontro, Alessia Russo ressuscitou uma bola que parecia perdida na área, a guarda-redes colombiana, Catalina Pérez, falhou gravemente a tentativa de agarrar a bola e esta sobrou para Hemp.

Na segunda parte, Alessia Russo (63′) colocou as Lionesses em vantagem, correspondendo ao passe em profundidade de Georgia Stanway. Até aqui totalista, a guarda-redes colombiana, Catalina Pérez, teve que abandonar o terreno de jogo também ela lesionada, sendo rendida por Nathalia Giraldo. A única vez em que o 2-1 esteve em perigo foi quando Mayra Ramírez, de fora da área, obrigou Mary Earps a mostrar mais atenção do que no primeiro golo.

A pérola

  • É uma das jogadoras menos técnicas da Inglaterra, mas faz-se valer da força física para se impor. Alessia Russo batalhou muito entre as centrais sul-americanas para poder criar os dois lances de golo. Não realizou nenhuma ação sem ser empurrada ou agarrada, mas aguentou todos os contactos de modo a ser a jogadora mais influente do encontro.

O joker

  • Não é melhor nem pior do que Lauren James, é diferente. Ella Toone interpretou a posição dez de uma maneira mais pausada, à base do passe e da qualidade no toque de bola, em comparação com a colega que rendeu. Começou o Mundial como titular, mas foi perdendo preponderância face ao crescimento de James. Fez o suficiente para ser titular no próximo jogo.

A sentença

  • Depois da conquista do Campeonato da Europa e da Finalíssima, a Inglaterra está nas meias-finais do Mundial. Na últimas duas edições, a equipa chegou a esta fase da competição, mas acabou por não garantir um lugar na final. Desta vez, as inglesas vão disputar com a Austrália uma vaga no encontro que decide o título. Por sua vez, a Colômbia não se livra do rótulo de equipa sensação. 

A mentira

  • Em desvantagem pela primeira vez no torneio, a Inglaterra não tremeu enquanto esteve por baixo no marcador. A experiência em grandes torneios permitiu às Lionesses lidar com a situação, mantendo a toada e acreditando que os golos acabariam por surgir.