A primeira parte da temporada foi de tal forma falhada que chegou a colocar em causa a continuidade da dinastia de mais de uma década de Diego Simeone, a segunda metade da época foi de tal forma conseguida que Diego Simeone tornou-se mais importante do que qualquer nome, jogador ou dirigente. O Atl. Madrid terminou na terceira posição mas a esperança renasceu no Metropolitano, uma esperança quantificável pelo número de sócios com entrada no estádio que bateram um recorde, com 58.623 – e com espaço para chegar pelo menos à fasquia dos 60.000 perante a lista de espera existente. Renasceu a esperança dos adeptos e a esperança em Simeone. E se dúvidas existissem, o treinador voltou a sair por cima de outra “guerra”.

“Adoraria jogar no Barcelona. Sempre foi o meu sonho.” João Félix está a forçar a saída, Atl. Madrid não facilita

João Félix já se encontrava numa posição fragilizada. Pelo primeiro episódio da discussão com o diretor num dos treinos iniciais dos colchoneros, pelo colete atirado no final de outra sessão de trabalhos, pela rábula da troca de números que passou do 7 para o 17 e mais tarde do 17 para o 18. Depois, ainda houve alguns dias de uma pequena aproximação entre as partes no sentido de “normalizar” algo que muito dificilmente voltaria ao normal mas a entrevista do português a Fabrizio Romano, sobretudo a confissão de que seria um sonho poder jogar no Barcelona, foi a última gota do copo de transbordou de vez. Agora, no arranque da Liga, Diego Simeone quis quase legitimar esse mesmo fim e o Metropolitano acompanhou o técnico.

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“João Félix? Ninguém nesta equipa está acima do Atl. Madrid.” Simeone deixa recado ao jogador português

Apesar de não ter atuado qualquer minuto durante os encontros de pré-temporada, primeiro por algumas queixas físicas e depois por opção técnica, João Félix foi um dos 23 convocados do Atl. Madrid para a estreia com o Granada… o que acabou por ser uma surpresa: de acordo com o jornal Marca, esta semana Simeone testou num jogo 11×11 uma possível equipa que iniciar a Liga deixando apenas de fora Santiago Mouriño, de saída do clube, e João Félix. Ainda assim, o português foi chamado pelo técnico e também entrou na lista oficial para a primeira jornada mesmo no banco de suplentes, o que deu azo para o “caso” do jogo.

Após ser anunciado nos altifalantes do Metropolitano como suplente, o internacional português foi alvo de uma sonora vaia por parte dos adeptos do Atl. Madrid, quase como se o tribunal dos colchoneros dessem a sentença final em relação ao futuro do jogador no clube. “Não vou dizer mais nada além do que já disse [sobre Félix]. Aquilo que nos está a dar e o que nos deu foi o que se viu. Não acredito que tenha guardado alguma coisa. Eu sempre dei o meu melhor para retirar algo dele. Mas talvez precise de mais… É algo que ele e os seus representantes vão decidir. Se ficar no Atl. Madrid? Eu quero é ganhar, não me importa quem cá está. Desde que atinja o objetivo…”, apontara o técnico em entrevista ao jornal Marca.

O Atl. Madrid acabaria por arrancar um triunfo complicado na estreia marcada pela lesão madrugadora ainda antes dos dez minutos iniciais do capitão Koke, que se ressentiu de problemas musculares e foi rendido por Pablo Barrios. Álvaro Morata colocou os colchoneros na frente nos descontos da primeira parte (45+4′) mas Samuel Omorodion empatou aos 62′. Simeone foi apostando noutros avançados como Ángel Correa e Memphis Depay e seria o neerlandês a acalmar os nervos que já se faziam sentir com o 2-1 aos 67′, antes de Marcos Llorente fechar em definitivo as contas aos 90+8′. João Félix não saiu do banco de suplentes, sendo depois insultado por uma parte de adeptos que ficaram no recinto depois do apito final com cânticos como “Português, filho da p***”, o que deixou os próprios responsáveis do clube agastados com a situação.

De acrescentar que, este domingo, Rafa Yuste, vice-presidente do Barcelona, tinha comentado as palavras do jogador pela primeira vez. “O facto de um jogador como João Félix dizer que quer jogar no Barça é um motivo de orgulho e demonstra que o clube está numa posição forte. Estamos muito satisfeitos com a equipa que temos. Temos até 31 de agosto para trabalhar”, apontou. No entanto, não existe ainda qualquer desenvolvimento sobre a possibilidade de o jogador rumar à Catalunha, sendo certo que o Atl. Madrid quer receber uma verba importante para investir num médio (Höjberg, do Tottenham). Há outro português na órbita dos catalães, neste caso mais próximo de assinar contrato: João Cancelo, lateral do Manchester City.