Era o resultado que Miguel Oliveira mais procurava, por pouco não superou as expetativas com um pódio. O Grande Prémio da Grã-Bretanha foi como um bálsamo para o português tendo em vista a segunda metade de uma temporada de 2023 marcada por quedas e lesões que atrasaram a adaptação à nova equipa no MotoGP, a RNF Aprilia. Agora, no regresso a um Red Bull Ring de boas memórias por ser o traçado onde conseguiu a primeira vitória de sempre na categoria rainha do motociclismo, o português apostava forte na continuidade dos bons resultados para continuar a subir na classificação geral quando está a 34 pontos do top 10.

O regresso do Falcão: Miguel Oliveira sai de 16.º, é 4.º em Silverstone e alcança o melhor resultado do ano

“Foi muito bom, é sempre bom passar uma semana com um bom resultado. Foi sempre algo que acreditava que podia fazer em Silverstone, um resultado daquele género. A qualificação não foi de novo o meu forte, não me consegui qualificar mais à frente. Duvido que, naquela circunstância, a qualificação tivesse feito alguma diferença no resultado, mas, ainda assim, muito bom. Sempre que tenho andado esta época sem estar lesionado, tenho feito excelentes prestações, é isso que espero fazer este fim de semana na Áustria”, tinha apontado na antecâmara do fim de semana do Grande Prémio da Áustria em declarações à SportTV.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Histórico: Miguel Oliveira consegue primeira vitória de sempre no Moto GP no Grande Prémio da Estíria

“Este circuito foi o palco da minha primeira vitória da carreira no MotoGP. Vai ter sempre um lugar especial no meu coração e na nossa vida lá em casa. Vivemos na Áustria muitos anos, tivemos aqui a nossa segunda casa com a Red Bull e com a KTM, obviamente que é um circuito em que é excelente voltar, por todas as memórias que já vivemos aqui”, acrescentou ainda Miguel Oliveira na projeção da décima corrida do ano.

“Estou mesmo entusiasmado para ir para a Áustria. O Red Bull Ring é um circuito que parece ser desafiante para a nossa RS-GP mas estou realmente entusiasmado para continuar a boa forma que demonstrámos em Silverstone e especificamente com o foco na qualificação para conseguir uma melhor posição de arranque e conseguir puxar para mais. Estou definitivamente entusiasmado com o Grande Prémio e muito motivado”, tinha salientado antes em declarações à RNF Aprilia. “Gostaríamos de conseguir continuar onde terminámos em Silverstone e continuar a lutar e ser competitivos. Sabemos onde melhorar, sobretudo na qualificação com os nossos dois pilotos, Miguel e Raul [Fernández]. É também um Grande Prémio onde os dois pilotos têm muito a demonstrar”, completara Razlan Razali, diretor da CryptoData RNF Aprilia.

Os primeiros sinais não foram propriamente os mais positivos mas sem qualquer resultado prático, tendo em conta que a petição dos pilotos foi aceite e que, a partir de Silvestone, a sessão inicial de treinos livres não conta para o acesso à Q2. No entanto, o 17.º tempo do dia com 1.30,821, a quase um segundo do mais rápido da manhã que foi Johann Zarco (1.29,838) e sem os problemas de pista que se anteviam tendo em conta a chuva que caiu na noite desta sexta-feira na Áustria, deixava pelo menos a incerteza do ponto em que o número 88 se encontrava a nível de qualificação até por ter registado o melhor tempo pessoal na última volta realizada ao traçado de Spielberg. Era esse o maior ponto de interesse na segunda sessão de treinos livres.

No final da primeira meia hora da segunda sessão de treinos livres, que começou com um pequeno atraso por ter havido uma bandeira vermelha no Moto2 que antecedeu o MotoGP, Miguel Oliveira ocupava o 15.º lugar depois de ter andado nos lugares mais próximos do top 10. Ainda assim, continuava tudo em aberto para a parte final da sessão, numa fase em que a Aprilia de Maverick Viñales era a mais rápida em pista e Aleix Espargaró rodava também no top 10. Contudo, o aparecimento da chuva acabou por condicionar todos os planos, com gotas um pouco mais grossas na meta que foram impedindo grandes melhorias nos lugares que se verificavam até aos derradeiros minutos, quando Luca Marini subiu ao sétimo posto e mostrou que era possível entrar no Q2. Márquez subiu a segundo, Oliveira ficou-lhe com o lugar e estava tudo em aberto.

A oito minutos do final da sessão, Pecco Bagnaia conseguiu tirar a Maverick Viñales a primeira posição e colocou Miguel Oliveira no terceiro lugar, sendo que também Brad Binder e Fabio Quartararo foram mais rápidos deixando o português no quinto posto a cinco minutos do final. Não havia mesmo lugares garantidos para a Q2 perante a melhoria de tempos de todos os pilotos, com Marco Bezzecchi a bater o recorde da pista e Miguel Oliveira a regressar já num perigoso oitavo lugar da sessão e a terminar em décimo, voltando a entrar de forma direta numa Q2 com Marco Bezzecchi, Maverick Viñales, Pecco Bagnaia, Brad Binder, Johann Zarco, Jorge Martín, Aleix Espargaró, Álex Márquez e Fabio Quartararo.