A má qualidade da água no rio Sena, em Paris, levou ao cancelamento, pela terceira vez, de um evento desportivo que deveria ser um teste para os Jogos Olímpicos de 2024. A competição de natação, parte da prova de estafeta mista de triatlo, foi cancelada, confirmaram, num comunicado conjunto, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris e a federação internacional de triatlo.

“Perante a persistência de discrepâncias nos resultados da análise da qualidade da água, foi tomada a decisão conjunta de passar a prova de estafeta mista para uma prova de duatlo”, referiu o comunicado. A mesma solução, uma prova que inclui apenas ciclismo e corrida, já tinha sido tomada no sábado, para a prova de paratriatlo, para atletas com deficiência física.

A menos de um ano dos Jogos Olímpicos, esta é a terceira prova-teste afetada pela qualidade da água do rio em duas semanas: no início do mês, a de natação em águas abertas foi cancelada por duas vezes. Nas três ocasiões, a decisão foi tomada devido à presença de resíduos não tratados no rio Sena, algo que acontece regularmente quando a capital da França é atingida por chuvas fortes.

O Sena é o local escolhido para a maratona de natação nos Jogos do próximo verão e da etapa de natação do triatlo olímpico e paraolímpico. A capital francesa está a gastar muito em projetos de gestão da água que, segundo as autoridades, tornarão menos frequente a poluição causada pelas tempestades.

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“Até 2024, serão construídas novas infraestruturas para melhorar ainda mais o tratamento das águas pluviais, a fim de melhorar a qualidade da água”, disseram os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris e as autoridades da cidade, no início do mês.

Essas obras públicas incluem um reservatório subterrâneo gigante em Paris que armazenará o excesso de água durante as tempestades, para que não tenha de ser derramada sem tratamento no rio e possa ser tratada mais tarde.

As autoridades parisienses afirmaram ainda que o calendário dos eventos olímpicos no rio pode ser ajustado no próximo ano, se a qualidade da água não permitir que se realizem nas datas originais. Segundo o comunicado, as condições meteorológicas recentes foram “excecionais”, tendo a região de Paris registado as chuvas de verão mais intensas desde 1965.