A ideia de que quando a bola começa a rolar se esquece tudo não é propriamente verdadeira. No Etihad, durante a quarta jornada da Premier League, pairava sobre o Fulham a gestão que fez do último dia do mercado. No deadline day, João Palhinha viajou para a Alemanha e realizou exames médicos, mas regressou a Inglaterra sem assinar pelo Bayern Munique. O Fulham não encontrou substituto para o internacional português – falou-se em Sofyan Amrabat, que acabou no Manchester United, em Pierre-Emile Hojbjerg e em Scott McTominay – e cancelou o negócio.
Marco Silva, treinador dos londrinos, recebeu duas caras novas em cima do fecho da janela de transferências – Fodé Ballo-Touré e Alex Iwobi – para fazer face a um início de época agridoce. A equipa treinada por Marco Silva começou por vencer fora o Everton (1-0) e perdeu em casa com o Brentford (3-0). Depois disso, os cottagers empataram com o Arsenal (2-2) e eliminaram o Tottenham (1-1, 5-3 após grandes penalidades) da Taça da Liga. Desta vez, no regresso aos compromissos para a Liga Inglesa, o adversário era o Manchester City.
Com Pep Guardiola a recuperar de um problema nas costas, quem comandou os citizens a partir do banco foi Juan Manuel Lillo. Os campeões em título estrearam o jogador belga de 21 anos, Jérémy Doku. No banco, estava outro reforço de seu nome Matheus Nunes.
“Estou muito feliz por estar aqui. É um sonho realizado estar num clube”, disse, num português com sotaque brasileiro intercalado com expressões em inglês, Matheus Nunes numa entrevista aos meios oficiais do Manchester City, clube que pagou 55 milhões de euros ao Wolverhampton pela sua contratação. “Só quero aprender, melhor a cada dia, habituar-me a tudo no clube para poder dar o melhor dentro de campo”, continuou o jogador que antes de se tornar profissional trabalhava numa pastelaria. “Tudo aconteceu muito rápido na minha vida, foi uma subida muito rápida, mas fantástica”.
Por João Palhinha ter ficado de fora dos convocados do lado do Fulham e, tal como Matheus Nunes, Bernardo Silva ter sido suplente do lado do Manchester City, o único português em campo foi Rúben Dias. O jogo entre os dois emblemas começou de forma equilibrada. Os citizens foram os primeiros a marcar. Kovacic, habituado a queimar linhas em condução, mostrou que já estar imbuído do ADN do clube, onde chegou esta temporada, e fez um exímio passe vertical para Haaland. Com tanta capacidade para marcar, desta vez, o norueguês assistiu Julián Álvarez (31′).
O Fulham, que até teve o contratempo da lesão de Tom Cairney, empatou logo de seguida. O central norte-americano, Tim Ream (33′), aproveitou uma defesa incompleta de Ederson na sequência de um canto e marcou. Foi também de bola parada que Nathan Aké (45+5′), a jogar como falso lateral-esquerdo, dentro dos cinco minutos de compensação da primeira parte, cabeceou para dar nova vantagem. Marco Silva e os jogadores protestaram um eventual fora de jogo de Akanji.
A segunda parte foi toda de Haaland. Aos 59 minutos, Julián Álvarez retribuiu a assistência e colocou o avançado na cara de Leno. A equipa do Manchester City deu uma prova de confiança ao norueguês que tinha falhado uma grande penalidade (70′) contra o Sheffield United, mas que, diante do Fulham mostrou que também é letal da marca dos 11 metros. Haaland acabaria por chegar ao hat-trick no último minuto do jogo (90+5′) ao fazer o 5-1.
O Manchester City, que não lançou Matheus Nunes, somou mais três pontos e mantém o pleno de vitórias na Premier League. O Fulham perde pela segunda vez e vê Marco Silva igualar um registo negativo. O técnico português chegou às nove derrotas consecutivas contra o mesmo adversário, o que aconteceu apenas com mais um treinador.