Depois de evitar assumir uma decisão que parecia tomada há muito, o Grupo Volkswagen admitiu finalmente a estratégia que delineou para o futuro da Seat. Em pleno Salão Automóvel de Munique, o CEO do grupo alemão, Thomas Schäfer, revelou que para a Sociedad Española de Automóviles de Turismo (SEAT) está reservado um papel diferente no grupo e na indústria automóvel, que não passa pela concepção e produção de novos veículos. Estas declarações foram proferidas à britânica Autocar, entre outros órgãos de informação.

Na corda bamba: Seat pode não passar de 2029

A empresa espanhola, com base em Martorell, nos arredores de Barcelona, continua de momento a ser denominada Seat SA, mas se até aqui produzia modelos com emblema Seat e Cupra, produzirá em breve apenas apenas veículos da Cupra, marca que está longe de ter uma vida facilitada pela frente. O reduzido volume de vendas (apenas cerca de 150 mil unidades em 2022), aliado ao facto de ser ainda uma ilustre desconhecida para muitos – na China, por exemplo, este construtor nem sequer vai ser comercializado, tal o desconhecimento da marca no maior mercado do mundo –, vai afastar a Cupra de alguns mercados, sendo que nos restantes vai concorrer directamente com a Volkswagen e a Audi, o que não augura um futuro promissor face à imagem e ao histórico destes dois fabricantes do mesmo grupo.

Garantindo que a Seat não vai substituir os actuais veículos por novas gerações, Schäfer abre a porta para a marca continuar a existir como fornecedora de soluções de mobilidade, sector para as quais já existe a marca MÓ, que oferece trotinetas eléctricas, scooters e microcarros. Mas o CEO do grupo não deixa de confirmar que “o futuro da Seat é a Cupra”. Resta saber se o encerramento da Seat não irá contaminar a Cupra, uma vez que os clientes podem sempre temer que, quem encerra repentinamente uma marca com 70 anos de história, mais facilmente fechará um construtor que apenas vendeu as primeiras unidades em 2018.

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