Fernando Santos chegou à seleção da Polónia no pós-Campeonato do Mundo, envolto na polémica que tinha protagonizado com Cristiano Ronaldo no Qatar e sem que os polacos tivessem uma ideia brilhante dos treinadores portugueses depois de Paulo Sousa ter deixado o país para rumar ao Flamengo. E o primeiro resultado não ajudou.

A Polónia estreou-se na qualificação para o Europeu com uma derrota na República Checa e Fernando Santos foi desde logo muito contestado. Os ânimos acalmaram com a vitória contra a Albânia e o triunfo perante a Alemanha, ainda que este último tenha sido num jogo particular, mas voltaram a intensificar-se em junho e quando os polacos perderam com a modesta Moldávia.

“Não tenho nenhuma explicação, isto nunca me aconteceu”: a reação de Fernando Santos à reviravolta da Moldávia frente à Polónia

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Esta quinta-feira, com apenas três pontos conquistados em três jornadas, a Polónia sabia que estava praticamente obrigada a ganhar para continuar a discutir o apuramento no Grupo E. O adversário era aparentemente acessível, as Ilhas Faroé, mas o treinador português não teve receio de recordar o desaire contra a Moldávia para sublinhar a importância de manter o foco e a concentração.

“Espero que a nossa seleção responda de acordo com o que aconteceu recentemente. É preciso ter cabeça fria e coração quente. É importante transportar isso para o nosso jogo. Esta é uma condição para não repetir o que aconteceu na primeira parte em Praga, contra a República Checa, na segunda parte em Chisinau, contra a Moldávia. Nesses jogos não tivemos coração, esquecemo-nos de que as partidas não acabam antes de o árbitro apitar. Mas vencemos a Albânia e a Alemanha e se não fossem essas duas derrotas a perceção do nosso trabalho e dos resultados seria completamente diferente”, explicou Fernando Santos na antevisão da partida.

Um português de Erasmus na Polónia faz sempre a festa com pouco estudo

Em Varsóvia, no Estádio Nacional da Polónia e contra uma seleção que levava duas derrotas e um empate na qualificação, o treinador português lançava o crónico Szczęsny na baliza, com Zielinski e Krychowiak no meio-campo e Milik a fazer companhia a Lewandowski na frente de ataque. O jogo chegou sem golos ao intervalo e Fernando Santos optou por mexer logo no início da segunda parte, trocando Skórás por Wsolek no setor intermédio, mas foi preciso chegar até aos derradeiros 20 minutos para ver o marcador mexer.

Lewandowski abriu o marcador na conversão de uma grande penalidade (73′) e ainda foi a tempo de bisar, aumentando a vantagem com um remate cruzado de belo feito já dentro da área (83′). A Polónia de Fernando Santos venceu as Ilhas Faroé, afastando o fantasma da derrota sofrida na Moldávia, e conquistou um balão de oxigénio no Grupo E antes de se deslocar à Albânia no próximo domingo — até porque, em Praga, os albaneses não foram além de um empate contra a República Checa.

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