O Sporting perdeu os primeiros pontos do campeonato em Braga na quarta jornada. De qualquer modo, ao nível da tesouraria há motivos para festejar. O leões apresentaram um resultado líquido positivo na época 2022/23 e o presidente do clube, Frederico Varandas, mostrou-se satisfeito com o exercício financeiro da SAD.
“Nunca nos desviámos um centímetro do plano delineado mesmo nos momentos mais difíceis, com mais ruído. Nunca nos desviámos. Hoje, tivemos mais uma prova. Publicámos o Relatório e Contas do exercício 22/23, um resultado na linha do ano anterior, um resultado líquido de 25 milhões de euros positivos, onde conseguimos, passados seis anos, voltar a ter capitais próprios positivos, a bater recordes atrás de recordes, com o maior volume de negócios da história da SAD (222 milhões de euros), maior valor de rendimentos operacionais sem venda de jogadores (125 milhões de euros). Isto é sinal do crescimento”, disse o dirigente no Thinking Football Summit, o evento organizado pela Liga que está a decorrer no Porto, salientando ainda o reforço da participação do clube no capital da SAD, de 64 para 84 milhões de euros.
“Mais importante que o resultado desportivo de uma época é o projeto, o trajeto, o caminho que estamos a percorrer”, analisou Frederico Varandas. “Hoje, o Sporting é mais clube, é mais forte, está mais preparado estruturalmente do que em 2021 quando fomos campeões. O Sporting continua a crescer e isso deve-se ao equilíbrio entre o [lado] financeiro e o desportivo. Para nós, é inseparável. Não existe equilíbrio financeiro sustentável se não obtivermos sucesso desportivo. Se tivermos sucesso desportivo sem equilíbrio financeiro, será uma questão de tempo para aparecer o insucesso desportivo”.
Frederico Varandas destacou também a vertente desportiva, onde considera que o treinador do clube, Rúben Amorim, ocupa um papel de relevo. “Rúben Amorim é a peça-chave do nosso projeto desportivo”, afirmou, reconhecendo que a equipa verde e branca tem agora capacidade para reforçar o plantel com jogadores de outro valor. “O que mudou foi a nossa capacidade de investir. Basta recordar o mercado 20/21, onde o Sporting foi campeão, fomos buscar Nuno Santos, Pote, Feddal, Adán e regressou o Palhinha. Isto foi o nosso mercado, um mercado extremamente positivo, não houve nenhum jogador que tenhamos comprado e não tenha dado certo”.
Tal como o presidente do Benfica, Rui Costa, já tinha feito esta quinta-feira, Frederico Varandas também garantiu que os clubes portugueses vão continuar a vender jogadores importantes. “O produto Sporting é altamente reconhecido na Europa. Bruno Fernandes correu bem, Palhinha correu bem. Nuno Mendes correu bem, Porro correu bem, Ugarte correu bem”, comentou em relação ao historial recente de grandes vendas do Sporting, mas assumindo que é preciso “evitar perder jogadores importantes a custo zero”.
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Apesar de serem rivais dentro do campo, Benfica e Sporting estão lado a lado em relação à centralização dos direitos televisivos. “O Sporting era a favor da centralização antes de ser uma imposição governamental. É um passo fundamental para a valorização da Liga”, reforçou. “É fundamental nenhum clube perder o que tem”.