Passaram 30 anos: há três décadas, desde 1993/94, que o Sporting não estava na liderança da Primeira Liga à 5.ª jornada. Na altura, os leões começaram a temporada com Bobby Robson e terminaram-na com Carlos Queiroz e um terceiro lugar; atualmente, os leões querem começar e acabar a temporada com Rúben Amorim e alcançar a reconquista do Campeonato.

Gyökeres, o viking à solta no navio do capitão Rúben (a crónica do Sporting-Moreirense)

Com a vitória deste domingo contra o Moreirense, a oitava consecutiva em Alvalade perante a equipa de Moreira de Cónegos, o Sporting manteve-se no topo da classificação em conjunto com o FC Porto — sendo que o Boavista, que só defronta o Desp. Chaves esta segunda-feira, também pode juntar-se a dragões e leões. A equipa de Rúben Amorim carimbou o resultado mais folgado da temporada e viu Hjulmand estrear-se a marcar e Gyökeres regressar aos golos depois do bis da primeira jornada.

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Já depois do apito final, na zona de entrevistas rápidas, o treinador leonino mostrou-se satisfeito com a exibição da equipa. “Foi uma exibição muito completa, com algumas dificuldades nos primeiros 10 minutos. Levámos com muitas bolas do guarda-redes para o lado esquerdo, porque tínhamos de mudar a pressão. O Moreirense é uma equipa muito bem trabalhada, com bons jogadores no meio-campo. Na primeira parte, contra uma equipa organizada, temos de cansá-los. O público não percebe isso, às vezes. Quando o Seba [Coates] pára a bola, os adeptos querem que jogue mais rápido… Mas têm de perceber que são ordens do treinador, não dos jogadores. Depois, com a qualidade dos jogadores, marcámos três golos. Mas acho que deveríamos ter marcado mais”, explicou Amorim, entre sorrisos.

“Pensávamos que o Moreirense ia jogar com uma linha de quatro, como fizeram contra o FC Porto e o Sp. Braga, e quando há uma linha de quatro pensei que eles se sentiriam mais confortáveis com duas referências do que com jogadores mais móveis. Afinal, jogaram com uma linha de cinco… Tenho de escolher os melhores jogadores. Escolhi a melhor equipa e foi essa a ideia”, acrescentou o treinador dos leões.

Mais à frente, Rúben Amorim antecipou a visita ao Sturm Graz na próxima quinta-feira, já a contar para a fase de grupos da Liga Europa. “Será um jogo completamente diferente e nós lembramo-nos muito bem do LASK. São equipas muito intensas. Temos de ter jogadores que acompanhem o poderio físico do adversário e vamos preparar a melhor equipa para vencer esse jogo”, atirou, antes de comentar mais uma exibição positiva de Gyökeres.

“Nem toda a gente andava a dormir, ele quis vir para o Sporting. O Hugo Viana mostrou-me as propostas que ele tinha. É um jogador muito ambicioso. Se calhar tinha clubes da Premier League para os quais ele não queria ir. Foi bastante inteligente, mas tem muito para melhorar. Hoje já esteve muito melhor do que contra o Sp. Braga, nem sempre foi para a baliza, ligou mais. Deus deu-lhe aquele físico e isso permite-nos esticar o jogo e tornar a equipa mais perigosa”, terminou.

Gyökeres marcou e assistiu e foi eleito o Homem do Jogo, explicando depois que o sucesso coletivo é mais importante do que as distinções individuais. “O mais importante é a vitória. Marcar três golos também é importante para a diferença de golos, claro. Jogámos muito bem durante quase todo o jogo”, começou por dizer o avançado sueco, acrescentando que ainda está em fase de adaptação.

“Não marquei em alguns jogos, mas tento ajudar a equipa noutros detalhes no relvado. Demora algum tempo para me adaptar à Liga, é diferente jogar aqui e jogar em Inglaterra. Mas estou cada vez mais habituado e sinto-me bem”, atirou, sublinhando que o objetivo do Sporting é “ganhar o máximo de jogos e lutar pelo título”. “Começámos bem, mas há um longo caminho. Temos de nos focar no presente. Agora vamos ter muito jogos em pouco tempo, temos de descansar e cuidar do corpo”, concluiu o reforço dos leões.