O cabeça de lista do PTP às legislativas da Madeira disse esta segunda-feira ter chegado a “hora de castigar a direita” e acusou o PSD de “roubar os madeirenses” há 48 anos, cobrando os impostos “mais altos da Europa”.

Quem cobra impostos como os que cobraram durante estes 48 anos e deixa os madeirenses no maior índice de pobreza da Europa não merece os votos dos madeirenses”, afirmou Quintino Costa, reforçando que “domingo [dia das eleições] era tempo de os castigar”.

O candidato do Partido Trabalhista Português (PTP) falava junto ao Serviço de Finanças da Madeira, no Funchal, no âmbito de uma ação de campanha da candidatura do partido às eleições regionais.

Os impostos nesta região são dos mais altos da Europa. Temos uma região com um índice de risco de pobreza mais alto da Europa e temos um governo que é um dos mais velhos da Europa também, há 48 anos, e que parece que se vai renovar”, disse, referindo-se ao PSD, que lidera a região desde 1976, mas em coligação com o CDS-PP desde 2019.

E era preciso que as pessoas pensassem no próximo domingo por que razão, tendo um governo com maiorias absolutas há 48 anos, é este governo que cobra mais impostos na Europa, é um governo que coloca os seus cidadãos com risco de pobreza maior da Europa”, advertiu.

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Quintino Costa, também empresário e líder da estrutura regional do PTP, sublinhou que, em comparação, a Região Autónoma dos Açores cobra menos impostos e apresenta uma dívida pública menor do que a da Madeira.

Acho que chegou a hora de castigar a direita, castigar aqueles que ao longo destes anos estão a roubar os madeirenses”, disse, para logo reforçar que a direita inclui também o Chega, a Iniciativa Liberal e o RIR, cujos candidatos, segundo afirmou, tiveram ligações ao PSD e ao CDS-PP no passado.

Estes senhores todos estiveram de braços dados com o PSD a cobrar impostos, elevadíssimos impostos, aos trabalhadores e às pequenas e médias empresas“, disse, reiterando que, por isso, “domingo era tempo de os castigar”.

O cabeça de lista do PTP explicou depois que o partido defende a aplicação imediata do diferencial fiscal máximo, que permite reduzir todos os impostos em 30% na região autónoma, ao abrigo da Lei das Finanças Regionais.

Se quiserem pensar, e acho bem que pensem, no sistema fiscal próprio devem usar as armas que já têm e nunca as usaram”, defendeu.

As legislativas da Madeira decorrem domingo com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.

Em 2011, o PTP chegou a alcançar três mandatos na Assembleia Legislativa da Madeira e em 2015 integrou a coligação Mudança (PS/PTP/PAN/MPT), que se desintegrou após o ato eleitoral, e ficou representado por um deputado.

Já em 2019 não conseguiu eleger qualquer representante.