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A Alemanha vai fornecer à Ucrânia um novo pacote de ajuda militar no valor de 400 milhões de euros, mas ainda não decidiu sobre a entrega dos mísseis Taurus de longo alcance pedidos por Kiev, anunciou esta segunda-feira o Governo.
Na véspera de uma reunião dos aliados da Ucrânia, que se realizará na Alemanha, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que este novo pacote de ajuda inclui diferentes tipos de munições, porque é “o que a Ucrânia mais precisa”.
O governo ainda não decidiu se enviará mísseis de cruzeiro Taurus”, acrescentou o ministro, em declarações ao jornal Bild.
Há vários meses que as autoridades ucranianas têm vindo a pedir à Alemanha a entrega de mísseis de cruzeiro Taurus, considerados necessários para resistir ao exército russo na sua invasão.
Vamos fornecer munições adicionais: munições explosivas, morteiros, foguetes antiminas”, explicou Boris Pistorius.
Este novo pacote de ajuda incluirá também veículos blindados e sistemas de desminagem, bem como geradores elétricos para preparar o inverno, acrescentou o ministro.
Em relação aos mísseis Taurus, Boris Pistorius sublinhou que “o dever de todo o Governo federal é pesar com muito cuidado cada entrega de armas“, pelo que “devem ser esclarecidos os vários aspetos políticos, jurídicos, militares e técnicos”.
Até agora, Berlim tem adiado as respostas ao pedido de Kiev, temendo também que os mísseis pudessem atingir o território russo e agravar o conflito.
Durante a visita da ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, a Kiev, há uma semana, o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, mostrou-se irritado com a hesitação alemã.
É apenas uma questão de tempo. E não entendo por que estamos a perder tempo”, disse o chefe da diplomacia ucraniana, acreditando que a Alemanha acabaria por dar luz verde.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, também tem enfrentado pressão política interna, incluindo na sua coligação, para concordar com a entrega destes mísseis.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.