Com André Pestana e Carla Piedade a intitularem-se ambos coordenadores do sindicato, a luta pelo poder no STOP torna-se visível com parte da direção a reclamar a entrega imediata da documentação de todas as contas e a pôr em causa a ação do dirigente — que classifica as acusações de “insinuações caluniosas” — num comunicado enviado aos sócios no dia 15.

Segundo a revista Sábado, André Pestana recebeu uma carta registada da direção do STOP onde lhe era pedido que cumprisse os prazos de entrega das contas do sindicato, acusando-o de não ter cumprido o de dia 11 de setembro. “Estamos em período de dinamização da mobilização para a luta e a greve que convocámos e não em tempo de balanços contabilísticos“, afirmou o dirigente à Sábado, numa altura em que o início das aulas é marcado pela paralisação dos professores. Assegurou ainda nunca se ter recusado a entregar tais documentos e que “a tesoureira está a diligenciar nesse sentido”.

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Entre as críticas de parte da direção, coordenada pela vogal Carla Piedade, estão ainda “as datas, os locais e o modo como decorreram os encontros regionais (de 5 a 7 de setembro)” que não terão sido aprovados nas reuniões do sindicato e “não fazem parte” das ações da luta.

Segundo André Pestana,”essas afirmações não correspondem à realidade”, uma vez que, garante à Sábado, apenas cumpriu aquilo que já tinha sido aprovado, mas que no momento da ação, os “dirigentes mostraram-se indisponíveis”.

André Pestana acusa “uma parte dos corpos gerentes” de “insinuações caluniosas” e de nada dizer “sobre como mobilizar e organizar para a greve”. Ainda segundo a Sábado, num email enviado aos sócios, reconheceu uma “grave situação interna”, disse que continuava a ser o coordenador do STOP e pedia que ninguém abandonasse o sindicato.

De acordo com a Sábado, o sindicalista está a ser também criticado por ter organizado uma reunião por videochamada a 16 de setembro, que terminou com 70 elementos do sindicato, e em que decidiu quais os membros da direção é que podem ter acesso exclusivo aos meios de comunicação do STOP até à assembleia-geral de sócios, que ainda não tem data marcada.

Carla Piedade reagiu dizendo que a página de Facebook da estrutura sindical foi “tomada” e que os cartazes publicados “não são do STOP”, refere a Sábado.  A sindicalista substituiu André Pestana quando este entrou de férias no final do mês de julho e defende que continua no cargo até que o dirigente se reúna presencialmente com a direção para reassumir o lugar, como terá sido acordado. Reunião presencial que nunca se realizou devido a “adiamentos sucessivos”. Mas Pestana diz que “não houve nenhum acordo”.