Não foi descerrada placa, mas havia obra nova, discursos e beberete no fim. No comunicado do governo regional fugia-se à palavra inauguração: “Visita a conclusão das obras das abóbadas do Aeroporto”. Miguel Albuquerque nem tem ‘pachorra’ para limar a semântica: “Chamem-lhe o que quiserem”, diz aos jornalistas. As inaugurações — como a daquela manhã debaixo da cabeceira do Aeroporto do Funchal — motivaram dezenas de queixas, na maioria contra o Governo regional. A um dia do fim da campanha a Comissão Nacional de Eleições avança ao Observador que, de um total de 80 queixas, 35 seguiram para o Ministério Público por puderem configurar crimes de como a violação do dever de neutralidade e imparcialidade.
Miguel Albuquerque reage com humor e, nessa mesma manhã no concelho Santa Cruz, faz um número a partir do púlpito. O assessor traz-lhe um envelope, que o candidato do PSD e do CDS abre à frente das câmaras: é uma fita adesiva é uma tesoura. “Tenho o meu novo kit, que é para pôr na boca”, atira. Diz que não pode falar e discursa apenas 40 segundos para dizer que a obra custou 7 milhões e que em Santa Cruz “está tudo cumprido”. Volta a pegar no ‘kit’ e diz: “Agora vou andar com isto em todo o lado”. E conclui: “Agora convido-os para um beberete ali ao lado”. E a ação de campanha/governação segue com flutes de cerveja, sandes triangulares e mini-rissóis.
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