No mesmo dia em que a junta militar do Níger interditou o espaço aéreo à aviação francesa, Emmanuel Macron anunciou a retirada das suas tropas e do embaixador francês do país que sofreu um golpe de Estado a 26 de julho.

“A França decidiu retirar o seu embaixador. Nas próximas horas, ele e diversos diplomatas vão regressar a França”, disse o Presidente aos canais de televisão franceses TF1 e France 2, citado pela BBC.

Macron acrescentou ainda que não será apenas Sylvain Itté a abandonar o país, agora comandado pelo general Abdourahamane Tiani. Com o anúncio do “fim da cooperação militar” entre França e Níger, o Presidente comunicou também que os 1.500 soldados franceses “partirão nas próximas semanas e meses” e que a retirada total acontecerá “no final do ano”.

Esta decisão surge depois de Macron ter acusado a junta militar de ter raptado o seu embaixador e de o ter mantido refém desde a realização do golpe de Estado de 26 de julho.

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Macron acusa junta militar do Níger de raptar embaixador francês

“Ele não pode sair, porque é uma persona non grata, e é-lhe recusada comida”, apontou aos jornalistas a 15 de setembro, na cidade de Semur-en-Auxois, citado pela France24. O Presidente acrescentou que o embaixador se alimentava de “rações militares”, que eram “escassas e servidas irregularmente pelos militares de Niamey”.

A 25 de agosto, a junta militar de Níger ordenou a saída do embaixador francês, num prazo de 48 horas. O ultimato foi negado pelo Presidente de França, tendo o próprio dito que vai “fazer o que puder para apoiar o Presidente Bazoum, porque ele é uma autoridade legítima e falo com ele todos os dias”, declarou, referindo-se ao Presidente democraticamente eleito.