Rúben Amorim admitiu que sim, Luís Freire também acreditou no mesmo. Se aquele lance de Costinha no início da segunda parte não tivesse sido invalidado por um fora de jogo de seis centímetros e se o Rio Ave tivesse conseguido reduzir a desvantagem no início da segunda parte, o encontro podia ter sido outro. Sendo verdade, os 45 minutos iniciais também poderiam ter acabado com outra história. E foi nesse período logo a abrir que o Sporting conseguiu escrever a confirmação do grande arranque de época que está a fazer na noite em que pela primeira vez passou com distinção o teste de jogar sem a grande figura Viktor Gyökeres.

A Gyökerização do pinheiro Paulinho entre dois bonsais (a crónica do Sporting-Rio Ave)

Na antecâmara de um clássico na Luz entre Benfica e FC Porto onde pelo menos um dos adversários diretos na luta pelo título vai perder pontos, o Sporting somou a quarta vitória noutros tantos jogos em Alvalade na presente temporada (terceiro sem sofrer golos) e chegou aos 16 pontos em 18 possíveis à sexta jornada, algo que conseguira só em 2017/18 desde que a Primeira Liga passou a ter os triunfos a valerem três pontos. Em paralelo, e comparando com aquele que foi o atribulado início de temporada em 2022/23, o conjunto comandado por Rúben Amorim tem mais seis pontos nas mesmas seis partidas no período homólogo.

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Ao todo, contando também com a parte final da derradeira época, o Sporting está numa série de 20 partidas consecutivas sem qualquer derrota no Campeonato (16 vitórias e quatro empates) e é nesta altura a única formação sem nenhum desaire em partidas oficiais. Para isso contribuiu também, e mais uma vez, Paulinho: em apenas seis jornadas o avançado já leva cinco golos, juntando-se a Bozenik no topo da lista dos melhores marcadores com mais um remate certeiro contra a segunda maior vítima do avançado. E para isso contribuiu toda uma equipa que voltou a não sofrer golos, algo de novo salientado pelo técnico leonino.

“Clássico? Não vou torcer por ninguém, o Campeonato é muito longo e aconteça o que acontecer será bom, são dois rivais. Vou estar focado no Farense do José Mota, que há ganhou ao Sp. Braga e é muito forte nas transições. Agora, se quero o Sporting em primeiro lugar? Claro, até hoje pela diferença de golos, para nós era importante ficar em primeiro lugar. Para mim é importante marcar, pode fazer a diferença no final embora ache que seja difícil de acontecer, mas sobretudo é importante ter uma das melhores defesas, isso é sinal que estamos na luta. Marcámos dois golos, podíamos ter marcado mais, queremos marcar mais mas sobretudo gosto de não sofrer golos. Gosto sempre de ser líder mas como o Campeonato é longo, quem perder é completamente indiferente para mim”, explicou Amorim na conferência de imprensa.

“Está recuperado. De um pequeno problema não queremos criar um grande problemas. Conseguimos jogar sem o Viktor [Gyökeres]. Teria dado jeito mas tendo um bocadinho de derrame no joelho e tal, decidi não arriscar. Era melhor poupá-lo, mas ele estava ali preparado por se fosse preciso”, disse na zona de entrevistas rápidas da SportTV. “Ele tinha um problema no joelho, não queremos tornar um problema pequeno num problema grande. Ele disse que no Coventry já tinha jogado muito pior, queria muito jogar hoje, mas aqui não arriscamos os jogadores, especialmente quando temos outros que podem substituir qualquer um. Geralmente dou o onze no último dia e nunca troco jogadores à última hora, mesmo que melhorem muito prefiro perder o jogo. Trabalhámos uma equipa e o Viktor estava preparado para qualquer coisa. Penso que contra o Farense já estará apto”, acrescentou depois o treinador verde e branco na conferência sobre o tema.