Era o objetivo, foi alcançado: apesar de ter sofrido muito, de ter complicado mesmo a jogar contra 10 elementos e de só ter resolvido o jogo à porta dos descontos, o Sporting venceu o Farense no Algarve e aproveitou a derrota do FC Porto na Luz para subir à liderança isolada da Primeira Liga.

Pedro, a chave do Pote de ouro no fim do arco-íris (a crónica do Farense-Sporting)

Depois do jogo, na zona de entrevistas rápidas, Rúben Amorim assumiu que a equipa “sofreu muito”. “Porque precisou. Porque deixou o Farense igualar o jogo em duas bolas paradas e, mesmo com menos um jogador, a defender muito bem e com uma ou outra transição. Mas obviamente que nós, com o 2-0 e com a expulsão, temos de ter mais tempo a bola. Quisemos fazer tudo muito à pressa, conseguir o terceiro golo, ir para a frente. A ir muito no entusiasmo de toda a gente, quando temos de jogar o nosso jogo e perceber a fase em que o jogo está, em que o adversário está e em que nós estamos. Criámos oportunidades, não fomos fazendo golo e foi-se complicando. Mas acaba por ser justo”, começou por dizer o treinador, que explicou o facto de ter tirado Hjulmand ao intervalo.

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“Sim, o Morten [Hjulmand] saiu por causa das transições. Já tinha cartão amarelo e qualquer toque… Havia muita confusão, muitos gritos, e temos de precaver estas situações. O Paulinho entrou porque tínhamos mais um, o Pote poderia vir para baixo porque é um jogador rápido nas transições, não teríamos de fazer grande organização ofensiva. Depois, o Farense fechou muito o meio, não nos deixaram jogar por dentro. Saberia que ia haver espaço nas costas, cruzámos bastante e era diferente ter apenas um avançado. Foi essa a intenção, ter características diferentes para o jogo”

Mais à frente, Amorim comentou o facto de os leões terem feito muitos cruzamentos na segunda parte. “Tínhamos de cruzar porque a bola por dentro não ia entrar. Deveríamos, na primeira parte, ter variado o jogo e não focarmo-nos tanto no jogo interior. Depois, na segunda parte, não há outra forma de entrar. O 2-2 começa a criar alguma ansiedade e tendo o [Matheus] Reis a passar muitas vezes nas costas e o Paulinho e o Gyökeres na área, fazia mais sentido utilizar cruzamentos”, atirou, realçando que Coates pediu para sair porque “sentiu uma picada”.

Já Gyökeres, que foi eleito o Homem do Jogo e terminou a partida com umas inéditas 20 ações com bola na grande área adversária, mostrou-se satisfeito com os dois golos através de duas grandes penalidades. “Claro que é bom, mas é 100% vezes melhor ter os três pontos, especialmente quando foi difícil jogar como queríamos neste campo. Lutámos até ao fim e conseguimos o que queríamos. É uma boa sensação”, começou por dizer o avançado sueco.

“Eles tornaram isto difícil. Penso que, se não fossem os dois golos, podíamos ter tido uma segunda parte segura. Quando eles fizeram o 2-2 foi difícil criar ocasiões, porque depois estavam a defender muito e não atacavam tanto. Era difícil ter espaços, mas no geral tentámos criar ocasiões e tivemos as suficientes para ganhar o jogo”, acrescentou Gyökeres, que ainda comentou o facto de o Sporting estar agora na liderança.

“É sempre bom dormir depois do jogo quando estás no primeiro lugar. Foi importante ter os três pontos, mas ainda há muitos jogos difíceis e não podemos relaxar. Temos de focar-nos no próximo jogo”, terminou.