A passagem da tempestade Aline por Portugal continental provocou esta quinta-feira dois desalojados em Palmela, distrito de Setúbal, que foram acolhidos em casa de familiares, adiantou a Proteção Civil, que registou 3.470 ocorrências até às 19h.

A somar aos cinco desalojados de ontem [quarta-feira] em Fontainhas, no Porto, temos também dois desalojados em Palmela. As habitações ficaram danificadas pelo vento, nomeadamente no telhado. Foram também já acompanhados pela Câmara Municipal e foram colocados em casas de familiares”, disse o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, num balanço das consequências da passagem da tempestade por território nacional até às 19h.

André Fernandes destacou pela positiva não haver vítimas a registar, sublinhando que o dispositivo “deu resposta, minimizando os danos e o potencial de dano que este evento tinha”.

De acordo com o comandante nacional, depois de na quarta-feira os efeitos do mau tempo se terem sentido sobretudo a norte do continente, mais na Área Metropolitana do Porto, ao longo desta quinta-feira os efeitos foram sentidos sobretudo mais a sul, em Lisboa e Vale do Tejo, sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa e Alto Alentejo.

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Para além de dois desalojados, a Proteção Civil registou também ocorrências em Oeiras, onde 12 crianças foram preventivamente retiradas da creche D. João de Castro para o corpo de bombeiros local, e em Loures, onde a estrada nacional 8 se mantém interdita entre Flamenga e Loures e onde seis pessoas foram retiradas de viaturas inundadas.

As 3.470 ocorrências registadas até às 19h desta quinta-feira em Portugal continental motivaram o envolvimento de 8.662 operacionais e 3.000 veículos, que acorreram maioritariamente a inundações na via pública, algumas habitações inundadas, cortes de via e queda de árvores e de estruturas devido ao vento, precisou André Fernandes.

Neste momento tende a situação meteorológica a desagravar, mas desagravar não significa uma melhoria substancial, significa que durante a madrugada de hoje e amanhã [sexta-feira] de manhã poderão ainda ocorrer aguaceiros pontualmente fortes e por vezes vento com alguma intensidade […] Poderá haver um agravamento, estamos a acompanhar com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), um novo agravamento para domingo e segunda-feira. Uma situação que ainda carece de acompanhamento e de maior avaliação já durante o dia de amanhã [sexta-feira]”, adiantou o comandante nacional da ANEPC.

Face ao fenómeno meteorológico que pode afetar Portugal a partir de domingo, André Fernandes referiu que o atual dispositivo vai manter-se e está “numa fase de recuperação”, sendo que após a avaliação que for feita na sexta-feira “será ajustado ao potencial de dano que o fenómeno apresentar”.

Questionado sobre se entendia haver um desfasamento entre o nível de alerta lançado pelo IPMA em relação às condições meteorológicas e os efeitos e consequências efetivamente registados, o comandante nacional da ANEPC respondeu que esta quinta-feira, só em Lisboa, registaram-se 748 ocorrências, o que demonstra “que houve um evento com alguma seriedade”.

Afirmou que existe coordenação e troca de informação com o IPMA ao minuto e que foi devido a essa coordenação que foram possíveis ações preventivas.

A coordenação existe e está perfeitamente oleada entre as diferentes entidades”, disse.

Todos os distritos de Portugal continental estão desde as 6h desta quinta-feira sob aviso laranja devido à chuva, vento e agitação marítima fortes.