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Está na hora de pedirem também a camisola a Aursnes (a crónica do Lusitânia-Benfica)

Este artigo tem mais de 6 meses

Entre três lesionados e outros três poupados, Schmidt foi com tudo para os Açores num jogo onde João Mário e Rafa fizeram a seleção natural, Arthur marcou e Aursnes mostrou ter pilhas alcalinas (1-4).

Aursnes manteve o estatuto de único totalista do Benfica esta temporada num encontro frente ao Lusitânia onde fez duas assistências para João Mário e Tiago Gouveia
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Aursnes manteve o estatuto de único totalista do Benfica esta temporada num encontro frente ao Lusitânia onde fez duas assistências para João Mário e Tiago Gouveia

LUSA

Aursnes manteve o estatuto de único totalista do Benfica esta temporada num encontro frente ao Lusitânia onde fez duas assistências para João Mário e Tiago Gouveia

LUSA

Era um daqueles jogos que todos acham piada ver e jogar, tornara-se um daqueles jogos que não eram fáceis de jogar. Aliás, pouco ou nada estava a favor: choveu a potes o dia quase todo em Angra do Heroísmo, o vento também quis aparecer para ver a deslocação de um “grande”, o relvado foi aguentando como podia apesar de não ter começado famoso. Também por isso, quase em paralelo com um duelo entre David e Golias em que o Benfica tinha pouco a ganhar além da passagem à quarta eliminatória da Taça de Portugal e muito a perder, existia um desafio de Roger Schmidt para colocar os jogadores a um nível tão alto como o do adversário.

Benfica goleia Lusitânia na estreia de Arthur Cabral a marcar e segue para a quarta eliminatória da Taça de Portugal (1-4)

“O primeiro jogo depois da paragem para as seleções é sempre especial. É muito claro que vamos ter de estar preparados para a Taça de Portugal, o nosso objetivo é vencer a competição. É sempre um desafio porque estas equipas de divisões inferiores não têm nada a perder. Os jogadores que foram para as suas seleções, alguns chegaram só no início da semana, Otamendi e Trubin chegaram hoje [quinta-feira]. Acho que temos um plantel muito bom e que podemos utilizar outros jogadores. Estaremos prontos para jogarmos um jogo bastante difícil. Se preferia recomeçar com Champions? Prefiro olhar o que o calendário estabeleceu. Temos de estar preparados para todos os jogos. Gosto muito dos jogos da Taça e temos de aceitar estes jogos, este calendário. Claro que seria mais fácil jogar em Lisboa mas isso faz parte dos regulamentos. Esperamos conseguir atingir algo especial na competição”, comentara Roger Schmidt antes da viagem para os Açores.

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“Motivação? O que motiva os jogadores é jogar futebol, acho que adoram fazer isso e terão de o fazer bem. Claro que numa competição como a Taça, contra equipas de escalões inferiores, espera-se que os jogadores possam subestimar os adversários, e é por isso que depois acontecem surpresas mas nós vamos respeitar sempre o adversário. O nosso dever enquanto Benfica é jogar um futebol de alto nível e espero isso especialmente nestes jogos”, acrescentara o técnico alemão, quase lançando um repto aos seus jogadores.

As condições não eram mesmo as melhores para se jogar bem mas chegaram para fazer um bom jogo. E um bom jogo passava sobretudo por essa ideia de igualar a motivação, a vontade e o empenho de um Lusitânia que nunca se deixou ficar lá atrás de autocarro estacionado e tentou sempre que possível jogar. Mesmo sem fazer grandes mudanças além das ausências que já eram conhecidas (Bah, Di María e Kökçü estão lesionados, Otamendi, Trubin e David Neres foram poupados depois das viagens de regresso das seleções), com vários jogadores que serão titulares com a Real Sociedad, ninguém deixou de “meter o pé”, ninguém se escondeu do jogo e a maior valia técnica e tática individual e coletiva veio ao de cima de forma natural. Foi importante para João Mário marcar o primeiro golo da época, foi importante para Arthur Cabral marcar o primeiro golo pelo Benfica, foi importante para rodar Aursnes como lateral. E se é certo que um gesto desnecessário deu aos açorianos um penálti, o norueguês, o único totalista, voltou a ser o melhor e mais regular, mesmo que tenha voltado a passar ao lado dos jovens “invasores” que queriam uma camisola no final.

Ficha de jogo

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Lusitânia-Benfica, 1-4

3.ª eliminatória da Taça de Portugal

Estádio João Paulo II, em Angra do Heroísmo (Açores)

Árbitro: Ricardo Baixinho (AF Lisboa)

Lusitânia: Diogo Sá; David Semedo (Itto Cruz, 78′), Diogo Careca, André Amaral, Enzo Ferrara; Rafa Tchê, Bavikson Biai, Pedro do Rio (Ragner Paula, 75′); António Legatheaux, Gonçalo Cabral (Paulo Bessa, 75′) e Luis Fellipe (Mada Pereira, 63′)

Suplentes não utilizados: Rui Santos, Kaio Felipe, Bernardo Soares, Emerson e Didier Mosquera

Treinador: Ricardo Pessoa

Benfica: Samuel Soares; Aursnes, António Silva, Morato, Juan Bernat (Jurásek, 46′); João Neves, Chiquinho (Florentino Luís, 89′); João Mário, Rafa (Tiago Gouveia, 76′); Tengstedt (Gonçalo Guedes, 46′) e Arthur Cabral (Musa, 76′)

Suplentes não utilizados: Leo Kokubo, João Victor e Tomás Araújo

Treinador: Roger Schmidt

Golos: João Mário (9′), Rafa (36′), Enzo Ferrara (45′, g.p.), Arthur Cabral (68′) e Tiago Gouveia (87′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Aursnes (44′) e Paulo Bessa (82′)

O Benfica não demorou a ditar as regras de um jogo de sentido único com características bem definidas: da parte do Lusitânia, nos curtos momentos de posse fora do seu primeiro terço, a aposta era na profundidade ou na tentativa de jogo em apoio utilizando as descidas da referência Gonçalo Cabral; do lado dos lisboetas, circulação de bola, colocação de um dos avançados a descair numa das alas e a tentativa de facilitar um jogo que era “fácil” com uma vantagem nos minutos iniciais. Rafa, numa combinação com Juan Bernat, deixou a primeira ameaça com um remate na área travado pelo guarda-redes Diogo Sá (2′). João Mário, à segunda, inaugurou mesmo o marcador: na sequência de mais uma defesa do guardião para o lado, Aursnes fez a insistência pelo corredor direito, cruzou rasteiro e o médio português desviou de calcanhar por entre as pernas de Careca, num lance confuso que apanhou desprevenido o próprio Diogo Sá e deu o 1-0 (9′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Lusitânia-Benfica em vídeo]

Logo no minuto seguinte, aproveitando aquele natural desalento de um conjunto açoriano que queria a todo o custo adiar ao máximo o primeiro golo dos encarnados, Aursnes voltou a desequilibrar pela direita, agora com um cruzamento ao primeiro poste desviado de cabeça por Tengstedt ao lado (10′). Nesse lance a história podia acabar de vez, sem esse lance foi ganhando mais uns capítulos. Porque o Benfica tirou um pouco o pé do acelerador numa pista que não estava também para grandes aventuras (além da chuva e vento, o relvado pouco ou nada ajudava), porque o Lusitânia conseguiu voltar a equilibrar-se na partida sem abdicar da sua forma de jogar. Assim, e até à meia hora, nota apenas para um desvio de Arthur Cabral ao primeiro poste na sequência de uma jogada de João Neves que saiu por cima (23′) e para o primeiro remate dos açorianos enquadrado, com Gonçalo Cabral a testar a meia distância para defesa segura de Samuel Soares (24′).

Aos poucos, a forma como os minutos iam passando faziam com que o Lusitânia conseguisse mostrar de uma outra forma aquilo que Ricardo Pessoa trabalhou na equipa: saída a partir de trás, circulação de bola pelos médios interiores, a recusa de entrar num qualquer jogo mais direto que parecesse um simples pontapé para a frente. No entanto, acabou por ser num desses lances que nasceu o segundo golo do Benfica, fruto da defesa subida do conjunto da casa que deu as costas à velocidade de Rafa lançado por Chiquinho para o 2-0 no 1×0 contra Diogo Sá (36′). Se dúvidas existissem em relação ao resultado, tudo parecia acabar nesse momento. Mera ilusão. Gonçalo Cabral, numa transição com variação de corredores, surgiu com espaço mais descaído sobre a esquerda e voltou a testar a meia distância para defesa de Samuel Soares para canto (42′). Pouco depois, Aursnes atingiu o avançado com o braço na cara e Enzo Ferrara reduziu de penálti (45′).

Para a segunda parte, Schmidt fez duas alterações com a troca direta de Bernat por Jurásek e a entrada de Gonçalo Guedes para o lugar de Tengstedt, procurando uma maior mobilidade na frente e deixando Arthur Cabral a jogar mais como referência no ataque. Havia quase uma vontade coletiva de colocar o brasileiro a fazer o primeiro golo no Benfica para ganhar outra confiança e mostrar tudo aquilo que trazia do Basileia e da Fiorentina mas nem mesmo com as melhores oportunidades o golo saía, com Jurásek a cruzar do lado esquerdo para a zona de finalização mas o desvio de carrinho do avançado a sair muito mal (52′). Logo a seguir, Gonçalo Guedes tentou também testar a sua sorte mas a meia distância foi travada a dois tempos por Diogo Sá (54′). O Lusitânia não tinha ainda chegado uma única vez ao último terço do campo pelo mérito do jogo sem bola dos encarnados mas o golo para fechar de vez as contas continuava a ficar adiado.

João Neves, que não aparecia muito mas quando aparecia fazia a diferença, ainda teve um remate depois de uma combinação com Rafa e João Mário que saiu a rasar o poste (60′) mas o momento mais aguardado desta sexta-feira para o conjunto da Luz tinha mesmo hora e minuto marcados: Chiquinho recuperou a bola em zona adiantada após uma tentativa de pontapé longo que sofreu uma alteração do vento, Gonçalo Guedes assistiu de primeira e Arthur Cabral, sozinho na área, picou a bola de pé esquerdo por cima de Diogo Sá com o remate a bater ainda na trave antes de entrar (68′). Estava desfeito o enguiço do avançado brasileiro, que foi muito saudado pelos companheiros de equipa que sentiam a importância do momento, estava “acabado” o encontro não só pelo resultado em si mas também pela quebra física dos açorianos que se foi acentuando, sendo que ainda houve tempo para Gonçalo Guedes ver dois golos anulados (72′ e 85′) e Tiago Gouveia fazer o 4-1 final, numa arrancada pelo meio como fez muito no Estoril em 2022/23 até picar a bola (87′).

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