O ministro do Interior da Polónia, Mariusz Kaminski, qualificou de mentiras alegadas escutas telefónicas à oposição, relatadas pelo antigo chefe do Gabinete Anticorrupção, Pawel Wojtunik, num canal de televisão polaco.
“Chega de mentiras. Nem o CBA [Gabinete Anticorrupção] nem qualquer outro serviço subordinado a mim vigiou a oposição”, declarou esta segunda-feira o ministro do Interior polaco na rede social X.
Dość kłamstw. Ani CBA, ani żadna inna podległa mi służba nie inwigilowała opozycji. W związku z tymi insynuacjami CBA kieruje zawiadomienie do prokuratury o popełnieniu przez P. Wojtunika przestępstwa z art. 212 KK.
— Mariusz Kamiński (@Kaminski_M_) October 23, 2023
Neste sentido, informou que o Gabinete Anticorrupção notificou o Ministério Público de um possível crime cometido por Wojtunik ao abrigo do artigo 212 do Código Penal, que prevê multa e pena de prisão até um ano.
O caso ocorre após o antigo chefe do CBA ter afirmado ao canal polaco TVN24 ter recebido informação de alguns antigos subordinados — dias antes das eleições legislativas de 15 de outubro — de que ia realizar-se uma importante reunião.
Conforme noticiado pela agência de notícias PAP, Wojtunik garantiu que as suas fontes o informaram que durante a reunião seriam discutidas medidas para realizar escutas telefónicas a representantes da oposição.
A Polónia realizou eleições parlamentares em 15 de outubro, que o partido populista conservador Lei e Justiça (PiS, no governo) ganhou, mas que deixaram os partidos da oposição, liderados pela Plataforma Cívica, com maioria parlamentar.
Estes partidos já informaram a sua intenção de formar um executivo de coligação, que deverá ser chefiado pelo ex-primeiro-ministro e ex-presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.