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Passaram 624 dias desde a invasão russa e apenas um desde que a Comissão Europeia apresentou um relatório a recomendar a adesão da Ucrânia à União Europeia. E este cenário pode acontecer num prazo de dois anos, assegurou, esta quinta-feira, a vice-primeira-ministra ucraniana, Olha Stefanishyna.
Stefanishyna disse que a Ucrânia deverá conseguir concluir o processo de adesão à UE em dois anos, se mantiver o ritmo das reformas e negociações, noticiou o Kyiv Independent. No entanto, esta data limite só começa quando os 27 Estados-membros votarem unanimemente a favor desta entrada, sendo a Hungria um potencial bloqueio.
Aliás, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, revelou esta quinta-feira que o país “não considera oportuno qualquer progresso na questão das negociações”, referindo que a Ucrânia poderá levar a guerra “ao bloco”. “O que, obviamente, ninguém quer”, destacou.
A manhã foi ainda marcada pelas declarações do presidente da Duma [câmara baixa do parlamento russo], Vyacheslav Volodin, que acusou os países do G7 de estarem a querer roubar a Rússia. Em causa estão os ativos russos, que os países das maiores indústrias mundiais disseram não devolver, enquanto o Kremlin não compensar Kiev, ou pelos Estados Unidos defenderem que esses ativos sejam usados na reconstrução da Ucrânia motivada pela invasão russa, noticia a agência estatal russa Ria Novosti.
O que aconteceu durante a noite?
- A Rússia não acredita que as promessas da União Europeia de admitir a Ucrânia sejam “reais”, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, noticiou a Reuters, citada pelo The Guardian.
- A Rússia está a recrutar combatentes Wagner testados em combate para a guerra na Ucrânia, mais de dois meses após a morte de Yevgeny Prigozhin, o fundador do grupo mercenário, informou repórter Pjotr Sauer no jornal The Guardian.
- Uma semana depois de Putin ter assinado a revogação da ratificação do Tratado de Proibição Completa de Ensaios Nucleares, um submarino nuclear russo lançou um míssil balístico, num teste considerado “bem sucedido”, revelou o Ministério da Defesa.
- Apesar do ataque russo de quarta-feira a um navio com a bandeira da Libéria que se preparava para entrar no porto de Odesa, o corredor temporário no Mar Negro continua a funcionar, garantiu o Ministério das Infraestruturas, citado pelo Kyiv Independent.
- A Bloomberg avançou que os Estados-membros da União Europeia (UE) estão a considerar um plano alternativo de apoio à Ucrânia, caso a Hungria vete o atual de 50 mil milhões de euros.
- “A ONU começa a libertar-se da influência maliciosa da Rússia”, disse Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, acerca das notícias de que o representante russo não tinha sido eleito para o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), tendo perdido para o da Roménia, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Bogdan Aurescu.
O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?
- O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou ao Cazaquistão para uma reunião com o homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, tendo o Kremlin informado que os líderes iriam discutir as relações entre os países, que historicamente são “estreitas”, mas que terão ficado algo tensas após o início da guerra.
- O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, denunciou esta quinta-feira ligações militares “crescentes e perigosas” entre a Coreia do Norte e a Rússia, após uma visita à Coreia do Sul, um aliado próximo de Washington.
- O representante da Rússia nas Nações Unidas disse que os ataques ucranianos em regiões como Donetsk justificam a decisão do Kremlin de lançar a ofensiva contra a Ucrânia — que apelidam de operação militar especial —, noticia a agência de notícias russa TASS.
- Hackers russos do grupo Sandworm terão sido os responsáveis por um ciberataque que, em outubro do ano passado, causou apagões em várias regiões da Ucrânia e levou Kiev a suspender as exportações de eletricidade.