A forma como Artur Soares Dias pretendia gerir o encontro não demorou a ficar bem patente nos minutos iniciais, com Marcus Edwards a ficar a queixar-se de um empurrão sem falta de Morato e João Mário a ter a mesma reação num lance idêntico. Ou seja, era jogo para “deixar jogar”, o que fez com que a primeira parte tivesse apenas sete faltas (uma do Benfica e já nos minutos finais antes do intervalo) e os 90 minutos, mais sete de descontos, um total de 21 infrações. No entanto, apesar dessa calma com que fez a gestão do dérbi entre Benfica e Sporting, também patente nos instantes finais em que conversava de forma descontraída com jogadores das duas equipas enquanto esperava pela indicação do VAR sobre a posição de Tengstedt no 2-1 inicialmente anulado pelo árbitro assistente, houve alguns lances que motivaram muitos protestos.
[Ouça aqui a análise do ex-árbitro Pedro Henriques no programa Sem Falta da Rádio Observador]
Em dérbi muito intenso, arbitragem experiente e segura com um erro importante mas sem impacto
Coates viu o primeiro amarelo da partida após travar uma tentativa de saída de Musa ainda no meio-campo dos encarnados mas o caso inicial a suscitar mais protestos aconteceu no minuto seguinte, quando Morita e João Neves tiveram um momento mais tenso junto do banco do Benfica. Pouco depois, o penálti pedido pelas águias, numa lance que envolveu Florentino Luís e Matheus Reis (24′) e que se seguiu ao primeiro cartão amarelo de Gonçalo Inácio onde se pediu mais pelo pisão a João Neves. Ainda na primeira parte, Diomande ganhou posição a João Mário na área e o jogador dos visitados ficou também a reclamar falta.
O segundo tempo começou praticamente com a expulsão de Gonçalo Inácio por acumulação de amarelos por uma falta sobre Rafa que o próprio não contestou, saindo quase de forma direta para o balneário (51′). Mais tarde, mais duas grandes penalidades pedidas pelos jogadores do Benfica, primeiro por um choque entre Rafa e Matheus Reis quando o avançado tentava ganhar a frente para cruzar (63′) e o segundo por um toque na cara de Otamendi por Morita quando tentava disputar uma bola pelo ar (78′). Pelo meio, o banco dos encarnados pediu também uma ação disciplinar contra Hjulmand, após pisar Tengstedt (68′).
As decisões estariam reservadas para o período de descontos, com Casper Tengstedt a fazer a reviravolta no marcador num lance que acabou validado por apenas quatro centímetros antes de um final com ânimos mais tensos entre alguns jogadores e que teve um cartão amarelo a Neto, suplente não utilizado dos leões.