O Sindicato dos Jornalistas (SJ) e o CNID — Associação dos Jornalistas de Desporto repudiaram segunda-feira as declarações do treinador do Benfica, Roger Schmidt, que questionou no domingo um jornalista quanto à sua preferência clubística.

Numa nota intitulada “A Liberdade de questionar não tem clube”, o SJ repudia estas declarações, após a vitória caseira no dérbi ante o Sporting (2-1), na 11.ª jornada da I liga portuguesa de futebol.

“As declarações do técnico não podem ser toleradas num país em que tem que ser respeitada e garantida a liberdade de fazer perguntas. A atitude de Roger Schmidt é inaceitável num país em que a liberdade de imprensa é uma garantia fundamental”, pode ler-se no texto.

O SJ “lamenta que, mais uma vez, os jornalistas sejam o bode expiatório para fugir a questões legítimas”, lembrando o enquadramento constitucional da liberdade de imprensa, no artigo 38.º, e apelando às direções de órgãos de comunicação social que “reajam ativamente a este tipo de atitudes”.

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Por seu lado, a direção do CNID lembra que a questão colocada na conferência de imprensa após o jogo foi “banalíssima”, no caso se o resultado teria sido melhor que a exibição, ao que Schmidt respondeu “perguntando se o jornalista era do Sporting ou do FC Porto”.

“Roger Schmidt sabe, por longa experiência, que os jornalistas estão numa conferência de imprensa para fazer perguntas. Em Portugal, na Alemanha, na Áustria ou na China”, nota o CNID.

Segundo a associação, o técnico alemão “teve uma lamentável atitude e deve pedir desculpas públicas”, porque “os jornalistas não estão ao serviço dos clubes, estão ao serviço do público”.

Após impor a primeira derrota ao Sporting, o Benfica subiu à liderança, com os mesmos 28 pontos dos “leões”, segundos classificados, e mais três do que o FC Porto.