O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky garantiu, esta segunda-feira, que a Ucrânia está a trabalhar para cumprir todas as recomendações da Comissão Europeia e alcançar a “decisão incondicional de abertura de negociações” para a adesão à União Europeia (UE).
Zelensky divulgou esta segunda-feira, no seu habitual discurso noturno dirigido à nação, que manteve “uma longa reunião” com diplomatas, funcionários governamentais e representantes do Parlamento ucraniano, sobre os preparativos da Ucrânia para a decisão política do Conselho Europeu de iniciar negociações sobre a adesão da Ucrânia à UE.
“Estamos a trabalhar para obter uma decisão incondicional de abertura de negociações. Para a Ucrânia, é uma questão de princípio implementar todas as recomendações da Comissão Europeia, todas as sete recomendações, e cumprir tudo o que é exigido neste momento do nosso caminho para a União Europeia“, frisou o chefe de Estado ucraniano.
A Comissão Europeia recomendou na semana passada ao Conselho que abra negociações formais para a adesão da Ucrânia à UE, dados os esforços feitos por Kyiv para cumprir requisitos, mas impôs condições como o combate à corrupção.
Em concreto, o executivo comunitário recomenda que o Conselho adote o quadro de negociações quando a Ucrânia tiver promulgado uma lei proposta pelo Governo que aumenta o número máximo de efetivos do Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia e lhe permita verificar bens.
Requer ainda a promulgação de uma lei que regula as atividades de lobbying e a legislação relativa às minorias nacionais, à língua oficial, aos meios de comunicação social e à educação.
Bruxelas observa ainda que, “apesar da guerra e do seu impacto em todos os níveis da sociedade ucraniana e da lei marcial em vigor, o governo e o parlamento ucranianos mostraram determinação em levar a cabo as reformas necessárias exigidas pelo processo de adesão à UE”.
Em meados de 2022, os Estados-membros da UE adotaram uma decisão histórica de conceder o estatuto de candidatos à Ucrânia e Moldova, que se juntaram a um grupo alargado de países, alguns dos quais há muito na ‘fila de espera’ para entrar no bloco europeu, sem quaisquer progressos nos últimos anos.
Esta lista é agora composta por Montenegro, Sérvia, Turquia, Macedónia do Norte, Albânia, Ucrânia, Moldova e Bósnia-Herzegovina.
Volodymyr Zelensky referiu ainda que manteve várias reuniões sobre os próximos “passos internacionais planeados para as próximas semanas”. Entre os temas discutidos estiveram as “negociações com os líderes dos países parceiros, novos pacotes de apoio aos nossos guerreiros e comunicação internacional da Ucrânia”.
“Podemos e devemos garantir um resultado absolutamente claro: independentemente da agenda informativa do mundo, os nossos parceiros devem compreender-nos e ouvir os ucranianos. E eles irão”, sublinhou o governante ucraniano.