De ambições limitadas pelos resultados menos bons ao longo do ano, Miguel Oliveira chegava à penúltima corrida da época, no Qatar, após um fim de semana pouco produtivo na Malásia, onde terminou o sprint em 18.º e abandonou na corrida principal. De qualquer modo, no circuito de Lusail, junto ao deserto, o português queria agitar as areias de um campeonato que pode ficar decido este domingo a favor de Francesco Bagnaia, caso o italiano ganhe 23 pontos a Jorge Martín no rescaldo do Grande Prémio.

O futuro está tratado, os azares nem por isso: Miguel Oliveira desiste após queda no Grande Prémio da Malásia

“Não quero ter as nossas expectativas demasiado altas, mas é uma das pistas em que passamos muito tempo a travar em ângulo, a virar, precisamos de potência, mas só na reta. Vimos as Yamaha a serem super competitivas aqui no passado. Por isso, penso que nós também podemos ser competitivos não tendo o motor mais forte”, adiantou Miguel Oliveira.

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Apesar da localização do circuito, a chuva podia ser uma preocupação. “Sabemos que a chuva aqui sempre foi um fator mega-limitante, porque, estando no deserto, não esperaríamos que pudéssemos correr à chuva”, disse o piloto da RNF Aprilia. “Já no traçado anterior, foram realizados testes e a chuva já não é um handicap na realização de treinos ou de corridas. Se chover, vamos colocar os pneus de chuva e andar, não espero nenhuma adversidade específica que venha da chuva”.

Na primeira sessão de treinos livres, em que a chuva não foi fator, Miguel Oliveira esteve sempre a rodar em posições da segunda metade da tabela. Durante os minutos finais, o português chegou a subir ao sexto lugar, mas, tal como aconteceu com o Falcão, os restantes pilotos também acabariam por melhorar substancialmente os registos. Contas feitas, o piloto da RNF Aprilia terminou em 15.º lugar (1:57.606). Os melhores sinais foram de Jorge Martín (1:56.393), seguido de Johann Zarco (1:56.565). Nem tudo era mau para Oliveira, pois o seu colega de equipa, Raúl Fernández terminou em quarto (1:56.685), demonstrando que a mota podia evoluir para um patamar superior.

Apesar não servir para mais do que testar a pista e realizar alguma afinações nas motas, a primeira sessão de treinos livres acendeu uma rivalidade. Marco Bezzecchi e Pol Espargaró tiveram uma série de desentendimentos em pista que por pouco não provocaram acidentes.

Os minutos iniciais da segunda sessão de treinos livres, que ia apurar os dez melhores diretamente para a Q2 que se ira realizar no sábado de manhã mostraram que a RNF Aprilia tinha ritmo, mas era nas mãos de Raúl Fernández. De qualquer modo, as melhorias de Miguel Oliveira começavam a ser evidentes, mesmo que não ao nível do colega espanhol. Progressivamente, o português conseguiu atingir o andamento do colega e de todos os restantes pilotos, pois, a meia hora do final, registou o melhor tempo até então (1:54.005), colocando-se numa posição favorável para garantir desde logo o acesso à Q2.

Com naturalidade, Miguel Oliveira perdeu a liderança pouco depois e entrou em queda livre, parando apenas no 19.º lugar, o que o levou a falhar o acesso direto à Q2. O melhor tempo ficou mesmo para Raúl Fernández (1:52.843). Fabio Di Giannantonio (1:52.892) e Maverick Viñales (1:52.936) fecharam o top 3. Marco Bezzecchi, terceiro no mundial, também vai ter que passar pela Q1.