Oito anos. Pela oitava vez consecutiva, pela oitava temporada seguida, o Benfica conseguiu chegar aos oitavos de final da Taça de Portugal — ou seja, há oito anos que os encarnados não protagonizam uma das históricas quedas de gigantes na competição. Com a vitória deste sábado contra o Famalicão, na Luz, a equipa de Roger Schmidt apurou-se para a fase seguinte e até já leva mais um golo marcado do que em toda a edição anterior.

Casper existe, está lá e não é fantasma nenhum (a crónica do Benfica-Famalicão)

Num jogo que esteve amarrado até aos últimos 20 minutos, o Benfica só desbloqueou o marcador com recurso a um autogolo de Riccieli, beneficiando depois da expulsão de Otávio com cartão vermelho direto para matar uma eventual indefinição com um remate cruzado de Rafa (que não marcava na Luz há três meses). Feitas as contas, só esta temporada, os encarnados já jogaram em superioridade numérica em 66% das partidas disputadas em casa para as competições nacionais.

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Na zona de entrevistas rápidas, o Benfica recusou falar com a RTP, que transmitiu o jogo — algo que deverá estar relacionado com a desavença entre Roger Schmidt e um jornalista da estação pública na conferência de imprensa depois do dérbi, sendo que a RTP já não fez perguntas na antevisão desta sexta-feira. À SportTV, o treinador alemão reconheceu que foi “um jogo difícil”. “Tal como esperávamos. O Famalicão é uma equipa muito boa, muito jovem e com muito talento, é preciso paciência. Especialmente quando não aproveitamos as oportunidades que criamos, acho que foi o caso na primeira parte. Perdemos algumas oportunidades e eles também mostraram que em transição são muito perigosos. Foi um jogo de Taça e, no final das contas, conseguimos manter a tranquilidade, ter paciência e acho que merecemos ganhar”, disse o treinador encarnado, que nem sequer compareceu na sala de imprensa.

“O golo aparece sempre numa altura perfeita, independentemente de ser no fim ou no início. Acho que é importante não sofrer golos, é importante estarmos atentos na defesa e não dar oportunidades ao adversário. Não sofremos golos e ganhámos. Acho que o segundo golo e a expulsão resolveram o jogo. Na primeira parte eles também tiveram bons momentos, tal como nós. Nunca é fácil jogar estes encontros depois da paragem para as seleções, se cometemos um erro podemos ser eliminados, mas os jogadores mostraram uma boa atitude. Criámos muitas oportunidades, aproveitámos algumas, e o mais importante foi que ganhámos”, atirou Schmidt, justificando ainda que Gonçalo Guedes não entrou por “não se ter sentido muito bem” no último treino.

Já João Mário, que foi titular e só foi substituído já nos instantes finais, sublinhou a importância do primeiro golo. “Tivemos paciência, acabámos por marcar o primeiro golo e depois matámos o jogo. Parabéns ao Famalicão, tem uma equipa jovem, que tenta jogar, não veio aqui só para defender. São bravos a jogar e, com as oportunidades que fomos falhando, eles foram acreditando. O primeiro golo foi determinante e marcar logo a seguir ajudou a equipa a acalmar”, começou por dizer.

“Sabemos que as paragens são sempre complicadas. Para todos os grupos, não é só para o nosso. Queríamos dar uma resposta forte, temos já um jogo importante a seguir, onde queremos deixar uma boa imagem e onde faremos tudo para ganhar”, acrescentou, antecipando desde já a receção ao Inter Milão, a meio da semana, na Liga dos Campeões.