O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, não vai estar presente na 28.ª cimeira do clima (COP28), que começa esta quinta-feira, no Dubai. A informação foi avançada inicialmente pelo jornal New York Times e confirmada no domingo por um oficial da Casa Branca, sob a condição de anonimato, não sendo avançada qualquer justificação para a ausência.
A Reuters já tinha noticiado que era “improvável” que o Presidente fosse à cimeira que contará com a presença do Papa Francisco — que fez questão de ir, mesmo com uma inflamação pulmonar, tornando-se assim no primeiro Papa a discursar numa COP —, do Rei Carlos III e dos líderes de quase 200 países. Entre os possíveis motivos para tal decisão estavam os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia e também a campanha para as eleições presidenciais de 2024, que deverá arrancar em janeiro.
“Eles têm a guerra no Médio Oriente, uma na Ucrânia e uma série de coisas a acontecer”, justificou, na semana passada, ao New York Times o enviado especial de Biden para as alterações climáticas, John Kerry, que estará presente na cimeira.
Nos EUA, a agenda do Presidente para quinta-feira prevê um encontro bilateral com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, e a presença na cerimónia de iluminação da árvore de Natal.
Além de Biden, também a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, não viajará para o Dubai, para apresentar progressos e discutir a redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), o grande objetivo desta reunião.
Desde que assumiu a presidência, Biden foi a todas as cimeiras do clima, tendo, em 2021, viajado para Glasgow, na Escócia, onde pediu desculpa pelo país ter descartado o pacto climático, quando estava sob a alçada do antigo Presidente Donald J. Trump.
A COP28 visa debater a adaptação às alterações climáticas, que são particularmente provocadas pela mão humana, nomeadamente pela queima de combustíveis fósseis, que provoca a emissão de gases como o dióxido de carbono (CO2).
Um relatório da ONU divulgado este mês comprovou que as emissões atingiram novos máximos, que continuam os recordes de temperaturas e que se intensificam os impactos climáticos. Desta forma, os especialistas avisaram que nesta trajetória os aumentos de temperatura serão muito acima do assumido.
Aliás, também este mês a Terra ultrapassou pela primeira vez o limite de dois graus de aquecimento. Não um, mas dois dias seguidos. No dia 17, o planeta registou uma temperatura de 2,07 °C acima dos níveis pré-industriais, e no dia seguinte uma de 2.06 °C.