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Os familiares de um bebé de 10 meses sequestrado pelo grupo islamita palestiniano Hamas apelaram na terça-feira à libertação do menor até esta quarta-feira, dia em que termina a atual prorrogação da trégua, alegando preocupações com a saúde da criança. O bebé foi sequestrado juntamente com os pais e um irmão. Mas esta quarta-feira o Hamas veio dizer que o bebé morreu num dos bombardeamentos israelitas das últimas semanas.

“A razão pela qual estamos a falar hoje [terça-feira] é porque amanhã [quarta-feira] é o último dia do cessar-fogo do atual acordo que permite libertar os reféns e eles ainda não foram libertados”, disse Ofri Bibas, irmão de Yardén Bibas (mãe do bebé), numa conferência de imprensa online.

Segundo adiantou o tio da criança, o nome do bebé, Kfir Bibas, não consta da lista de reféns do grupo islamita Hamas que deverão regressar a Israel durante as próximas horas. Ofri queixou-se de que “todas as outras crianças já foram libertadas” e que o seu sobrinho, que tinha nove meses quando foi raptado, é o refém mais jovem retido pelo Hamas.

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Esta quarta-feira, as brigadas Al-Qassam, um braço armado do Hamas, escreveram numa publicação na rede Telegram que a criança tinha morrido num bombardeamento. Além do pequeno Kfit Bibas, o bebé de 10 meses, também terá morrido o seu irmão de quatro anos e a mãe, segundo a mesma fonte.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) partilharam um comunicado no Telegram, em reação à revelação: o exército israelita diz que o Hamas é “inteiramente responsável pela segurança” dos reféns, mas não confirmou a morte da mulher e das duas crianças pequenas.

“Durante o massacre do Hamas de 7 de outubro, a família Bibas — incluindo Kfir Bibas, de 10 meses, o seu irmão de 4 anos, Ariel Bibas, e a mãe se ambos, Shiri Bibas — foi levada viva para Gaza”, lê-se na mensagem, citada pelo The Guardian. “A barbaridade e crueldade do Hamas está em exibição completa para o mundo. Os representantes das IDF falaram com a família Bibas no seguimento das informações recentes e estão do seu lado durante este momento difícil. As IDF estão a apurar a veracidade das informações.“

“O Hamas é inteiramente responsável pela segurança de todos os reféns na Faixa de Gaza. O Hamas deve ser responsabilizado. As ações do Hamas continuam a pôr em perigo os reféns, onde se incluem nove crianças. O Hamas deve libertar imediatamente os nossos reféns”, termina a mensagem.

Anteriormente, um porta-voz árabe do exército israelita, Avichai Andraee, tinha adiantado que a família foi sequestrada no kibutz (comunidade agrária israelita) Nir Oz pelo braço armado do Hamas em 7 de outubro, dia em que o grupo islamita palestiniano efetuou em território israelita um ataque de proporções sem precedentes.

A família terá sido depois transferida para outro grupo armado palestiniano, que a mantém cativa numa área de Khan Yunis, cidade do sul da Faixa de Gaza.

“Todas as outras crianças já foram libertadas. Não sabemos onde estão detidos [os membros da família]. Mantêm-nos debaixo de terra. Não há muita comida para bebés e, por tudo isto, estamos muito preocupados”, alegou Ofri Bibas, lembrando que um bebé de 10 meses ainda precisa de leite de fórmula como dieta principal. “Não sabemos nada sobre o estado em que estão”, lamentou ainda.

Ofri Bibas pediu ainda ao governo de Israel e aos países mediadores da trégua — Egito e Qatar — que os seus familiares sejam incluídos entre os reféns que se espera que sejam libertados.

O governo israelita e o braço político do Hamas acordaram na quinta-feira uma trégua de quatro dias que foi prorrogada na segunda-feira por mais 48 horas, durante as quais o grupo islamita libertou 51 reféns israelitas e 18 estrangeiros, em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinianos, todos eles mulheres e crianças.

Confirmada extensão por dois dias da trégua na Faixa de Gaza. Condições são iguais aos quatro primeiros dias de pausa

Esta quarta-feira, prevê-se que mais reféns deixem Gaza em direção a Israel em troca de prisioneiros palestinianos.

(notícia atualizada às 15h30 de dia 29 de novembro)