Este ano será o mais quente da história, após um novembro “extraordinário”, o sexto mês consecutivo em que se bateram recordes, afirmou esta quarta-feira o serviço europeu Copernicus, num momento marcado por negociações climáticas na COP28.
Com uma temperatura média global de 14,22°C, o mês foi 0,32°C mais quente do que o anterior recorde estabelecido em novembro de 2020.
Novembro de 2023 foi também 1,75°C mais quente do que a média de novembro do período 1850-1900, que corresponde à era pré-industrial.
O outono boreal (setembro a novembro no hemisfério norte) é assim o mais quente da história, com 15,30°C, ou seja, “uma ampla margem” de 0,88°C acima das médias.
“2023 tem agora seis meses recordes e duas estações recordes. Este extraordinário mês de novembro, que inclui dois dias com temperaturas dois graus acima dos níveis pré-industriais, significa que 2023 é o ano mais quente alguma vez registado na história”, afirmou a diretora adjunta do Serviço de Alterações Climáticas do Copernicus (C3S), Samantha Burgess, em comunicado.
Desde janeiro, a temperatura média tem sido a mais quente alguma vez medida nos primeiros 11 meses do ano: 1,46°C acima da média climática para o período 1850-1900 e 0,13°C acima dos primeiros 11 meses de 2016, o ano mais quente até à data.
“Enquanto as concentrações de gases com efeito de estufa continuarem a aumentar, não devemos esperar resultados diferentes dos observados este ano. As temperaturas continuarão a subir, tal como os efeitos das ondas de calor e das secas”, advertiu o diretor do C3S, Carlo Buontempo, citado no comunicado.
O fenómeno climático cíclico El Niño sobre o Pacífico vai continuar a potenciar o aumento das temperaturas em 2023, mas ainda não atingiu o seu pico.
Em novembro deste ano, a temperatura à superfície dos oceanos foi também a mais quente para esta época do ano, 0,25°C mais alta do que no pico anterior, em novembro de 2015. Este novo recorde de calor vem juntar-se aos outros máximos registados todos os meses desde abril.
A extensão do bloco de gelo no Ártico, a norte, registou o seu 8.º mínimo mensal para novembro, 4% abaixo da média. Na Antártida, foi registado o segundo nível mais baixo para um mês de novembro, 9% abaixo da média, segundo o Copernicus.
A seca continuou no mês passado em várias regiões dos Estados Unidos, da Ásia Central e Oriental, e foi particularmente pronunciada na América do Sul.