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Sérgio e a equipa da Linha que traz sempre a corda bamba (a crónica do Estoril-FC Porto)

Este artigo tem mais de 6 meses

Dragões começaram a perder, empataram e tiveram ocasiões para a reviravolta, mas permitiram dois golos nos descontos e voltaram a cair com o Estoril (3-1), estando desde já eliminados da Taça da Liga.

Os estorilistas apuraram-se pela primeira vez para a fase final da Taça da Liga
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Os estorilistas apuraram-se pela primeira vez para a fase final da Taça da Liga

EPA

Os estorilistas apuraram-se pela primeira vez para a fase final da Taça da Liga

EPA

Sérgio Conceição perseguiu o estatuto desde o momento em que chegou ao comando do FC Porto e carimbava-o esta quarta-feira: na Amoreira, contra o Estoril, os dragões entravam em campo com a responsabilidade de começar a defender a Taça da Liga, o título conquistado pela primeira vez na época passada e o único que durante mais de uma década escapou ao clube.

Depois da derrota com o Barcelona na Liga dos Campeões e da vitória em Famalicão, que serviu para ganhar dois pontos ao Benfica devido ao empate dos encarnados com o Moreirense, o FC Porto estreava-se na atual edição da Taça da Liga e estava desde logo proibido de perder, já que o Estoril já tinha vencido o Leixões na primeira jornada do Grupo D. Chegar à final four da competição, desde logo, era continuar a lutar por um dos objetivos da temporada — e Sérgio Conceição tinha total noção disso.

Ficha de jogo

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Estoril-FC Porto, 3-1

Fase de grupos da Taça da Liga

Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

Estoril: Dani Figueira, Raúl Parra, Volnei, Mangala (Bernardo Vital, 67′), Wagner Pina, Koba Koindredi, Alex Soares (Mateus Fernandes, 36′), João Marques (Rafik Guitane, 45′), Rodrigo Gomes (Tiago Araújo, 76′), Cassiano (João Carlos, 67′), Heriberto Tavares

Suplentes não utilizados: Marcelo Carné, Rodrigo Martins, Jordan Holsgrove, Mor Ndiaye

Treinador: Vasco Seabra

FC Porto: Cláudio Ramos, Zé Pedro (Evanilson, 45′), Fábio Cardoso, David Carmo, João Mendes, Grujic (Jorge Sánchez, 64′), Stephen Eustáquio, Pepê (Gonçalo Borges, 78′), Francisco Conceição (Toni Martínez, 85′), Taremi (Nico González, 64′), Galeno

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Pepe, Iván Jaime, André Franco

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Cassiano (22′), Pepê (34′), Rafik Guitane (90+1′), João Carlos (gp, 90+6′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Grujic (53′), a Taremi (55′), a Stephen Eustáquio (71′), a Volnei (72′), a Fábio Cardoso (82′), a David Carmo (90+4′)

“Estar na final four é um desejo da equipa e sabemos que para isso temos de obter um bom resultado frente ao Estoril. Preparámo-nos da melhor forma para ir lá e ganhar o jogo. É uma competição relativamente nova em relação às outras provas internas. Foi melhorando ao longo dos anos em termos de organização e não vejo nenhum clube que não queira ganhar este título. Um título é um título e o caminho mais curto para ganhar um título é a Taça da Liga. Este clube vive de títulos e não vejo como possamos desvalorizar esta prova”, disse o treinador dos dragões na antevisão da partida, sem esquecer que o FC Porto já tinha perdido com o Estoril esta temporada e em pleno Dragão, no Campeonato.

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Assim, e sem contar com os lesionados João Mário, Alan Varela, Wendell e Marcano, Sérgio Conceição lançava um esquema de três centrais com João Mendes, Fábio Cardoso e David Carmo, colocando Zé Pedro no corredor direito e apostando em Francisco Conceição, Galeno e Taremi no setor mais ofensivo. Grujic também era titular, com Pepe, Evanilson e André Franco a começarem todos no banco. Do outro lado, Vasco Seabra poupava Guitane e Holsgrove, com o ex-FC Porto Mangala a assumir a braçadeira de capitão.

O jogo demorou a acelerar, com o relógio a chegar aos 15 minutos sem que nenhuma das equipas tivesse feito qualquer remate ou ataque organizado. O FC Porto ia controlando de forma natural, tendo mais bola e começando a construir na zona do meio-campo, mas o Estoril pressionava alto e não permitia grande tempo para pensar — algo que tinha a consequência de também abrir muito espaço nas costas da defesa, convidando os dragões a explorar a profundidade.

Francisco Conceição fez o primeiro remate do jogo e marcou desde logo, com um pontapé cruzado na direita na sequência de um passe de Eustáquio (16′), mas o lance foi anulado por fora de jogo de Galeno no início da jogada. O Estoril procurou responder ao susto, empurrando as linhas do FC Porto para trás e forçando o pouco experimentado Zé Pedro no corredor esquerdo do ataque, e acabou mesmo por conseguir abrir o marcador numa transição rápida.

João Marques recebeu na esquerda, soltou um passe perfeito para Cassiano e o avançado surgiu isolado entre os dois centrais para atirar rasteiro à saída de Cláudio Ramos (22′). O Estoril poderia ter aumentado a vantagem logo depois, com um remate de Rodrigo Gomes que passou pouco por cima da baliza (24′), e Sérgio Conceição não conseguia esconder o desagrado com a aparente apatia do FC Porto. Ainda assim, pouco depois da meia-hora e no único lance de verdadeiro perigo que criaram em toda a primeira parte à exceção do golo anulado, os dragões conseguiram mesmo empatar.

David Carmo colocou à entrada da grande área, Taremi recebeu no peito e de costas para a baliza e deixou a bola redondinha para Pepê, que atirou cruzado para bater Dani Figueira (34′). Vasco Seabra ainda foi forçado a fazer uma substituição na primeira parte, trocando o lesionado Alex Soares por Mateus Fernandes, e o jogo chegou mesmo empatado ao intervalo.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Estoril-FC Porto:]

Sérgio Conceição decidiu mexer logo ao intervalo e trocou Zé Pedro por Evanilson, recuando Pepê para o corredor direito e lançando o brasileiro no ataque. Vasco Seabra também fez outra substituição, retirando João Marques para colocar Guitane, e o Estoril não demorou praticamente nada a mostrar que tinha vontade de ganhar ao jogo com um remate de Heriberto que acertou em cheio na trave (47′). Taremi respondeu, ao acertar no poste praticamente no lance seguinte (48′), e o jogo parecia ter voltado bem melhor para a segunda parte.

O FC Porto mantinha algum ascendente, apesar de Guitane ter ficado perto do golo com um remate por cima (56′), e Sérgio Conceição tentou empurrar e defender a equipa com as entradas de Jorge Sánchez e Nico González para o lugar de Taremi e Grujic, ambos já com cartão amarelo e potenciando o regresso de Pepê a terrenos mais ofensivos. O jogo foi perdendo alguma clarividência à medida que o tempo foi passando, mantendo-se muito discutido na zona do meio-campo e com escassas oportunidades de golo.

Os dragões estiveram muito perto de carimbar a reviravolta já nos instantes finais, com Evanilson a cabecear à trave (86′), mas o xeque-mate do Estoril acabou por aparecer nos descontos: Guitane recuperou a vantagem ao desequilibrar na direita e atirar cruzado já na área (90+1′) e João Carlos, na conversão de uma grande penalidade cometida por David Carmo (90+6′), fechou as contas.

No fim, o FC Porto voltou a perder com o Estoril e falha a final four da Taça da Liga, ficando desde já afastado da defesa do título. Por outro lado e com duas vitórias em duas jornadas da fase de grupos, os estorilistas vão disputar a fase final da competição pela primeira vez. Sérgio Conceição tinha avisado e acabou por ter razão: esta equipa da Linha deixa sempre os dragões a caminhar na corda bamba.

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