No cargo desde janeiro de 2023, depois de muitos meses de sede vacante em Angra, o bispo Armando Esteves Domingues, natural de Oleiros, no distrito de Castelo Branco, assume que a sua preocupação “como pastor, como bispo de uma diocese tão espalhada, é não deixar de parte os leigos”.

“Eu gosto de conhecer pessoas, de tentar fixar nomes.

Nove ilhas é sempre uma aventura. Domingo passado [26 de novembro], fiquei 10 horas no aeroporto e perdi os compromissos que tinha durante a tarde, nomeadamente a apresentação do nosso itinerário pastoral. Mas, isto é, efetivamente, os Açores”, assume, em entrevista conjunta à agência Lusa e à agência Ecclesia, o prelado que, nos primeiros meses como titular diocesano, correu “as ilhas todas, com a desculpa de encontrar os jovens em preparação para a Jornada Mundial da Juventude e crismar os que não estavam crismados nos últimos dois anos”.

Com esta “desculpa para conhecer cada canto, os jovens, os crismas, as famílias, ver onde é que estão os párocos, falar com eles, ouvir as expectativas”, Armando Esteves Domingues reconhece estar numa diocese onde são conhecidas as rivalidades entre as ilhas. Será um bispo do continente a solução para a unidade?

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“Só o tempo o dirá. (…) Há convenientes e há inconvenientes. Claro que construir a unidade entre esta gente toda, ser uma pessoa dos Açores ou não, é sempre muito secundário, porque eu tenho de construir laços com toda a gente: Com quem me é simpático, com quem concorda, com quem alinha nas minhas ideias, com quem as tem contrárias”, diz o bispo, para quem “o grande desafio da Igreja é precisamente isto, ser capaz de [a título de exemplo] conciliar Terceira e São Miguel, para dizer duas ilhas maravilhosas dos Açores, mas que, efetivamente e historicamente, são um pouco concorrentes uma da outra”.

Armando Esteves Domingues reconhece que “todas as ilhas têm uma identidade própria, como depois o tem cada comunidade. Portanto, estas diversidades tornam-se riqueza. O segredo está em saber valorizar e potenciar tudo aquilo que cada um é, isto é, desenvolver os carismas que cada um tem, sejam padres, sejam leigos, vivam numa ilha ou vivam noutra”.

Chegado a uma diocese que estava sem bispo há ano e meio, o novo prelado reconhece as repercussões que esse tempo teve na vida da Igreja local.

No dia da entrada na diocese, foi confrontado com um mar de gente a acolhê-lo no percurso entre a Misericórdia e a Sé de Angra.

“Isto é a diocese que viveu um período de alguma expectativa e que hoje – também depois da pandemia, temos de associar aquele período difícil da pandemia à sede vacante – como que explode de esperança porque tem um bispo. Isto disse-me quanto os Açores sentem o fenómeno religioso e também a importância do seu bispo”, diz.

As sedes vacantes “acontecem. O serem muito prolongadas, não justifica nos tempos que correm. Se calhar, os processos têm de ser muito mais ágeis”, para evitar grandes períodos sem bispo, defende.

Dando muita atenção aos ouvidores que coordenam localmente a atividade da Igreja nas ilhas açorianas — algumas ilhas com mais do que um -, não esperou muito tempo para proceder a mudanças.

“Penso que a diocese tinha expectativas de uma fase nova, como toda a igreja. O que se vive na Igreja universal, vive-se nas igrejas locais”, disse nesta entrevista à Lusa e à Ecclesia, justificando as mudanças ocorridas na reitoria do seminário, na vigararia-geral, no Santuário do Senhor Santo Cristo, entre outros.

Perante “certos desafios que se percebia [existirem], até porque indo às nove ilhas e procurando sobretudo conhecer, falar, ouvir”, fez uma “radiografia” da situação, o dilema com que se deparou foi se devia operar de imediato as alterações ou aguardar um ano.

“Achei que, ou fazia agora, ou daqui a um ano, se calhar, já não tinha tanta coragem de fazer, de mudar. Não é que as pessoas estivessem a fazer mal e esta é uma ideia que procuro transmitir nos Açores, que as mudanças não podem ser entendidas como promoções ou despromoções (…), mas é também ajudar a que as pessoas iniciem projetos novos”, assume o bispo, não escondendo que, “em dois ou três casos, foi um bocadinho mais difícil para a pessoa a mudança”, mas garante que não tem conflito com ninguém.

Questão que se pode colocar é se, com área pastoral tão grande geograficamente, e sem continuidade territorial, não faria sentido a criação de uma segunda diocese nos Açores.

Armando Esteves Domingues é perentório: “Eu sei que em tempos houve essa ideia, uma ideia expressa de que São Miguel pudesse ser uma outra diocese. Pessoalmente, acho que não tem cabimento, não tem pés para andar. Somos nove ilhas, as ilhas estão todas muito interdependentes. Hoje, o bispo viver em Angra ou em Ponta Delgada ou no Corvo… a diocese está onde o bispo está e onde a Igreja está”.

“Se pensar que nos três meses de verão fiz 43 viagens de avião, isto diz um bocadinho tudo, não é? (…) Hoje, o nosso escritório é um escritório ambulante. A mim não me mete aflição”, acrescenta.

Bispo acompanha crise política nos Açores com “preocupação”, mas sem dramatizar

Com eleições legislativas regionais antecipadas no horizonte, decorrentes do chumbo do Orçamento Regional para 2024 pela Assembleia Legislativa dos Açores, o bispo diocesano acompanha a situação “com alguma preocupação”, porque a instabilidade tem sempre repercussão no quotidiano dos açorianos.

Porém, Armando Esteves Domingues faz questão de desdramatizar, por acreditar que “este é o caminho normal dos homens e das instituições.

“A estabilidade é sempre muito, muito importante, mas a estabilidade também tem de ser, não a curto prazo… Olho com alguma preocupação, mas também sei que nos Açores há muito boa gente capaz de refletir e de falar e de levar as preocupações comuns para a frente”, diz o bispo em entrevista conjunta à agência Lusa e agência Ecclesia, acrescentando que tem descoberto “nos agentes públicos, e mesmo nos agentes partidários, nos responsáveis, gente de um valor enorme”.

Assim, mostra-se convicto de que “os Açores, à parte os diferentes políticos e as hipotéticas quedas de governo, mudanças de governo, vão encontrar formas de continuar a progredir e a levar o melhor para as populações para a frente”.

Apesar desta confiança, olha para a situação social de algumas zonas dos Açores, para, no âmbito da atividade da Igreja defender a “descentralização, desburocratização, ou começar a partir das bases, começar de baixo e dizer [que] cada comunidade deve cuidar dos seus pobres”.

“A diaconia [o serviço aos outros], este serviço primário, tem de estar na preocupação da comunidade que existe na paróquia, que é aquela célula que depois pode ser uma zona. Nem todas as paróquias têm de ter todos os aspetos organizados. O trabalho em rede, o trabalho em colaboração entre paróquias ajuda muito”, defende o bispo Armando Esteves Domingues, exemplificando: “eu posso ter catequese bem preparada para quatro ou cinco paróquias. A parte social pode estar numa das quatro ou cinco paróquias e por aí fora”.

O bispo não deixa de criticar, porém, os que “se habituam a ter tudo sem trabalhar. A esperar que lhe cheguem os subsídios de graça”.

“Eu sempre tive uma grande ânsia de favorecer muito mais a capacitação para a integração, do que propriamente arranjar grandes subsídios que mantêm pessoas. E aqui, a Igreja acho que tem muito a ensinar, porque o Evangelho é não só uma resposta espiritual, mas também uma resposta à pessoa toda, Jesus Cristo inteiro, à pessoa toda nos seus contextos”, afirma.

Os problemas sociais nos Açores são visíveis, principalmente nos ambientes mais populacionais, como é o caso de Ponta Delgada, onde há o registo de vários sem-abrigo.

Quanto à situação das Instituições Particulares de Solidariedade Social, Armando Esteves Domingues garante que nos Açores a situação é um bocadinho diferente da do continente, onde os alertas quanto à sua sustentabilidade têm sido frequentes.

O Governo Regional “tem uma consciência de que sem as IPSS é muito difícil responder aos problemas reais. Por exemplo, quando é preciso construir um edifício, o Governo comparticipa devida e honradamente, digamos assim”, sublinha.

“Não está fácil para ninguém, sobretudo por causa da questão dos juros, por causa do aumento do ordenado mínimo, justo o aumento, mas que vem criar dificuldades. Porém, devo dizer, conhecendo a realidade do continente, mesmo assim, nós não nos podemos queixar tanto quanto no continente”, faz questão de frisar o bispo de Angra.

Problema que está a aumentar no arquipélago prende-se com a especulação imobiliária, decorrente do aumento do turismo, e que faz com que “quem tem dinheiro compra (…) e as pessoas locais começam a não ter casa”.

“Há especulação imobiliária, mas não há casas disponíveis, não há apartamentos disponíveis, as pessoas não conseguem um sítio para viver”, frisa o bispo de Angra, embora reconheça que “os Açores sem turismo também não vivem”, mas apela ao “equilíbrio entre a necessidade do turismo, (…) se calhar, já como a principal indústria, e o excesso de turistas que pode matar a galinha dos ovos de ouro e trazer sofrimento à população”.

Bispo sublinha religiosidade da diáspora de uma diocese à beira dos 500 anos

A diáspora açoriana é muito forte, o que fica expresso ao comparar os açorianos residentes no arquipélago, cerca de 250 mil, com o número de açorianos emigrantes ou descendentes — 1,5 milhões, particularmente nos Estados Unidos ou no Canadá.

O Observatório da Emigração apontava, em 2011, que, do total de 4,5 milhões de portugueses residentes no estrangeiro, cerca de 1,5 milhões eram emigrantes açorianos e seus descendentes.

Esta influência verifica-se na própria vida da Igreja Católica, com os açorianos a levaram para as terras de acolhimento as suas tradições religiosas.

“O açoriano é fantástico. Eu fui a Turlock, no Vale de São Joaquim, São Francisco, a uma das festas que lá há. Fiquei espantado. Eu estava nos Açores. A forma como viviam as festas, as procissões, os cortejos de animais, os carros feitos por eles, todos a guincharem, como era antigamente nos Açores…”, diz o bispo de Angra em entrevista conjunta à agência Lusa e à agência Ecclesia.

Segundo o prelado, “os açorianos transportam os seus costumes, as suas tradições, sobretudo as suas festas e religiosidade popular para as comunidades onde estão”.

E a diáspora considera o bispo de Angra o seu bispo?

“É muito interessante esse aspeto, porque eu já tenho mais quatro ou cinco convites para ir a estas dioceses da diáspora. Eles têm muito brio em levar os seus padres dos Açores, levar a sua cultura aos lugares onde estão”, diz o bispo Armando Esteves Domingues, acrescentando que “os sacerdotes dos Açores, muitos deles, todos os anos vão a uma das festas, ou às Bermudas, ao Canadá, ou aos diversos lugares dos Estados Unidos. E aí vão fazer as suas pregações, participar nas festas”.

Os emigrantes açorianos “ficam felicíssimos e todos tentam levar alguém dos Açores. E o bispo também é a mesma coisa. Vamos também como sinal desta unidade”.

Por outro lado, o Igreja Açores, portal que funciona como agência de comunicação da própria diocese, vê muitos dos conteúdos que produz serem consumidos pelos açorianos no exterior.

“Há uma grande ligação, aquilo que se escreve no Igreja Açores tem mais leitores fora, mas de longe (…) do que tem nos Açores”, reconhece o bispo, sublinhando que “os Açores têm uma característica única em Portugal, a forma como a religiosidade inculturou, talvez porque [se trata de] ilhas isoladas, perdidas no meio do oceano, com pouca, quase nenhuma ligação mesmo ao continente”.

“Este ser ilha, ser pequeno, estar isolado, como que mais facilmente levou a que as coisas inculturassem e, percebidas de uma forma ou de outra, tornaram-se quase iguais em todo o lado”, explica o prelado, adiantando que “a primeira de todas é o Espírito Santo, que é transversal às ilhas todas”.

“As festas do Divino Espírito Santo são uma coisa espantosa, como em todos os cantos há freguesias, paróquias, que têm, se calhar, uns dez impérios, que são irmandades que ali desenvolvem atividade à volta do Espírito Santo, que não é só a coroação, mas que são obras de caridade, distribuição de bens”, adianta, não esquecendo “as romarias [que] têm uma força, impacto”, que “todos sentem que (…) é um património que identifica, que faz parte da identidade do povo açoriano”.

Com a diocese à beira dos 500 anos, que se comemoram em 2034, Armando Esteves Domingues alerta para o risco decorrente da força desta religiosidade popular.

“Claro que isto também pode criar alguma dificuldade, porque quando a religiosidade é meramente popular, leva a entender que ali se resume tudo e que se esgota tudo, que não é necessário haver alguma formação, alguma leitura (…). Há aqui pastoralmente caminho que se pode avançar e isto pode levar a que os grandes objetivos da Igreja, que é a evangelização, que é esta diaconia, o serviço aos pobres, o vencer e o fazer com que se ultrapassem estas situações de injustiça social” se concretizem.

Neste contexto, a diocese apresentou um itinerário pastoral para os próximos dois anos até ao jubileu da Esperança, com vista a preparar os planos plurianuais até aos 500 anos da diocese.

“Pretendemos que seja como que um tempo zero, de mais auscultação, mas não é ouvir por ouvir. Nós já fizemos os diagnósticos todos. Houve um percurso também na diocese, muito profundo, quase começou até ainda antes de o Papa ter pedido este percurso sinodal em função do sínodo universal”, diz o bispo de Angra à Lusa e à Ecclesia, explicando que estes dois anos até ao jubileu vai ser vivido “em laboratórios — da sinodalidade, da fraternidade e da esperança”.

O ambiente sinodal vivido pela Igreja Católica a nível universal vai estar bem marcado neste futuro próximo da Igreja açoriana.

Aliás, o bispo é bastante convicto quando afirma que este movimento já não vai parar na Igreja. “E não digo só Igreja universal, mas a Igreja nas suas expressões locais”.

“E não, porquê? Porque o que se está a criar não são respostas. Estamos a criar um estilo de ser Igreja”, diz Armando Esteves Domingues, sublinhando que, quando “cardeais da cúria e outros que tais, bispos do mundo inteiro, com meninas da África e da Ásia e da América, religiosas ou leigas, religiosos ou leigos se sentam à mesma mesa e onde cada um tem o mesmo tempo para falar e o mesmo direito de se expressar e o mesmo direito ao votar, isto cria um estilo que nunca mais vai parar a Igreja”.

“É evidente que há resistências, há pessoas que não simpatizam muito com o método sinodal. É muito mais fácil ter uma liturgia certinha, diretrizes muito verticais a que todos obedeçam, mas que não forma para ser, para agir, para desenvolver, onde todos parece que estão muito unidinhos, mas indiferentes e apenas a procurar esquecer o que o outro diz”, conclui.

Aposta nos jovens para promover a dinamização diocesana

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada em Lisboa em agosto colocou os jovens em lugar de destaque na Igreja Católica, com as dioceses a apostarem em evitar a desmobilização daquela camada etária.

Quando chegou à diocese de Angra, nos Açores, em janeiro deste ano, o novo bispo, Armando Esteves Domingues, assumiu como uma das suas prioridades a evangelização dos jovens. Para abril de 2024 convocou já uma assembleia de jovens e quer vê-los mais envolvidos nos diversos órgãos da pastoral.

“Um jovem é muito mais do que nós o imaginamos, do que os pais o imaginam. (…) Nós temos passado um certificado de menoridade aos leigos, mas muito mais aos novos, e nós temos de educar a que sejam participativos, que tenham lugar, tenham palavra, tenham voz e que sejam ouvidos. Faltam muito essas práticas”, diz o bispo dos Açores em entrevista conjunta à agência Lusa e à agência Ecclesia.

Para Armando Esteves Domingues, “a JMJ veio provar que, deixando, os jovens conseguem dar um testemunho muito mais espontâneo, fácil, alegre, feliz. São capazes de caminhar juntos com toda a gente, não se importam se são adultos, são idosos, são velhos”.

“O jovem gosta de ser considerado, mas também é capaz de considerar a todos”, acrescenta o prelado, que considera que a JMJ ultrapassou em muito aquilo que se poderia pensar que seria a JMJ “num tempo de guerra, num pós-pandemia, num país pequeno como o nosso, num extremo quase do mundo, esquecido”.

Ao chegar aos Açores, o bispo, logo no primeiro encontro com os ouvidores, quis saber quantos jovens fazem parte dos Conselhos Pastorais na diocese, alertando que, na Igreja, tal como na política, “os jovens descomprometem-se”, porque sentem que os lugares estão ocupados.

“Eu estou a acentuar essa característica, porque acho que é aquela onde nós temos de nos converter e convencer que o jovem é capaz, mesmo se o chamarem para refletir a sua própria paróquia… ele é capaz nas associações de estudantes, ele é capaz de nas associações desportivas, ele é capaz em tantos espaços. (…) Portanto, os jovens por vezes não estão, porque não acreditamos que eles tenham qualquer coisa para dar”, lamenta.

Para o bispo de Angra, esta situação fez com que os jovens se tenham habituado “a olhar a Igreja um bocado longe, não próxima, não deles”.

Momento marcante nestes meses que leva como titular da diocese dos Açores, viveu-o Armando Esteves Domingues quando, em 24 de julho, subiu ao Pico, com mais de uma centena de jovens, no âmbito da preparação para a JMJ. Na ocasião foi assinado o Pacto da Montanha, consubstanciado no comprometimento de, perante as novas gerações, lhes serem dados “os valores para que, respeitando a natureza, respeitem também toda a criação, a começar pela pessoa humana”.

Com o tema do Cuidado da Casa Comum bem presente, o prelado considera que “faria bem a muitos dos que vão estar nas grandes conferências mundiais [como a recente COP] fazê-las num sítio assim paradisíaco como os Açores”.

Por outro lado, adverte ser necessário, também, “convencer os açorianos e a juventude açoriana que não podem olhar apenas para o bem que têm, mas para quanta influência tem naquele bem que ainda têm, e que pode destruir, aquilo que se passa na Amazónia, aquilo que se passa com a indústria nos países subdesenvolvidos, mas sobretudo nos grandes países desenvolvidos, que são os causadores da poluição, e que tudo isso está a influenciar também a vida nas nossas ilhas”.

“As novas gerações precisam de dar conta que cuidar de uma árvore é cuidar do mundo e o que se passa no mundo tem repercussão no privado. Portanto, não queremos destruir o nosso paraíso, mas gostaríamos que todo o mundo fosse um paraíso e isto está dentro de cada um de nós”, acrescenta o bispo na entrevista à Lusa e à Ecclesia.