Quase à mesma hora mas separados por cerca de 300 quilómetros de distância, Sporting e FC Porto davam uma espécie de pontapé de saída para o clássico em Alvalade da próxima segunda-feira que irá definir quem chega ao Natal na frente do Campeonato. E se de Lisboa chegaram palavras que pareciam tentar apaziguar o ambiente, após duras críticas feitas à arbitragem de João Pinheiro em Guimarães, do Porto sobrava quase uma desconfiança sobre os motivos da tomada de posição de Frederico Varandas após a última derrota.
“O que o preocupa é o FC Porto ter os mesmos pontos, as declarações foram para coagir os árbitros que vierem a ser designados para o clássico. Este jogo com o V. Guimarães teve uma série de incidentes protagonizados por jogadores do Sporting e depois procuraram atirar areia para os olhos das pessoas dizendo que foi consequência de outros que nada têm a ver com o jogo. Mas as imagens desmentem, foi o Neto que atirou a bola a um apanha bolas e isso gerou um sururu. Foi responsabilidade do Sporting o que aconteceu e de mais ninguém”, comentou no Porto Canal o diretor de comunicação e informação do FC Porto, Francisco J. Marques, recordando outros episódios recentes em jogos da formação leonina.
“Tem acontecido em vários estádios, em Famalicão, no Dragão… Para além de se tratar de uma equipa constituída por muitos jogadores especializados em ludibriar. No tal lance em que se queixam do penálti, o defesa Matheus Reis atirou-se para o chão do nada, queria enganar o árbitro para sacar um amarelo. É gente que não se porta muito bem. O próximo jogo é com o Sporting e vamos ser provocados, vão-nos tentar armadilhar com estes acontecimentos, temos de estar vigilantes e atentos”, acrescentou o dirigente.
Ao mesmo tempo, num discurso feito na gala do Grupo Stromp numa unidade hoteleira da capital, Frederico Varandas pedia para que todos fizessem uma separação entre o clube e os seus dirigentes. “Na próxima jornada temos a visita de um dos nossos dois grandes rivais. Receberemos não apenas um rival mas uma das grandes instituições nacionais que merece o nosso respeito e que jamais deverá ser confundida com as pessoas que a dirigem. Serão exemplarmente recebidos pois os nossos valores e a nossa forma de estar assim exigem. Peço a todos os sócios e adeptos que transformem o sentimento de revolta e injustiça, com os azares que nos têm acontecido, num apoio positivo, enchendo o estádio e agarrando na equipa sempre que ela precisar, empurrando-a para a vitória”, assegurou o presidente do conjunto de Alvalade.
Primeiro processo disciplinar após AG concluído e uma única queixa feita após as agressões
Em paralelo, e também no mesmo programa “Universo Porto de Bancada”, Francisco J. Marques deixou mais esclarecimentos sobre o ponto de situação das ações que se seguiram à Assembleia Geral Extraordinária de 13 de novembro, suspensa depois de agressões entre adeptos. “Há um sócio suspeito de comportamentos inadequados que já teve um processo disciplinar concluído e recebeu a nota de culpa, outros vão receber e terão direito a defesa. Depois será tomada a decisão. Que fique claro que não há risco de prescrição porque quando aconteceu, no dia seguinte, a Direção fez um comunicado em que anunciou ter remetido para o Conselho Fiscal e Disciplinar, órgão competente. Isso fez com que abrisse um inquérito para averiguar. Se calhar há sócios que foram fáceis de identificar, outros terão demorado mais tempo”, explicou.
“Só houve uma queixa: a da Direção do FC Porto. Nenhuma vítima de agressão se queixou, ninguém que tenha presenciado se queixou, eu presenciei e não me queixei. Os processos estão a andar, outros sócios receberão notas de culpa até ao fim do mês. Não há nenhum caso que vá prescrever. E não podemos esquecer que duas semanas depois houve outra Assembleia Geral e toda a gente teve o direito de falar. Nós, os sócios do FC Porto, cometemos um erro que foi aquela Assembleia mas aprendemos com o erro e devemos ter orgulho nisso. Houve intervenções muito opostas e todos se portaram com civismo e é um sinal de nunca ser irá repetir o que sucedeu daquela vez”, destacou ainda, também em resposta a informações que circulavam nas redes sociais de que nada tinha sido feito após esses acontecimentos e que a culpa iria “morrer solteira”.