“Anfield é um ótimo lugar para ir”, afirmou Erik ten Hag antes do Manchester United defrontar o Liverpool na jornada 17 da Premier League. Há vários motivos para uma pessoa que trabalhe atualmente para os red devils não proferir tal declaração ou então o técnico neerlandês esqueceu-se que, na temporada anterior, naquele mesmo estádio tinha perdido por 7-0.
Acordaram a besta: Liverpool aplica goleada histórica por 7-0 ao Manchester United
A sensação que se vive no Manchester United, em crise profunda, é que Erik ten Hag está numa ilha sem ligação aos jogadores e aos adeptos. No entanto, conta com um apoio que o mantém empregado vindo da direção do clube. “Eles dizem que me apoiam. Na verdade, está tudo bem. Estou focado no processo e em fazer esta equipa jogar melhor. Estou concentrando em tornar os jogadores melhores. Essa é a minha preocupação e é tudo o que estou a fazer”, garantiu. “Vejo qualidade nos treinos, mas temos que provar isso no jogo. Esta equipa provou isso nalguns jogos, está sob muita pressão e jogou um futebol muito bom, mas também temos nossos pontos baixos. Precisamos ser mais consistentes”.
Está-se sempre um pouco mais longe de se ser consistente quando não se conta com Bruno Fernandes. O internacional não foi opção para a visita a Anfield por se encontrar a cumprir castigo devido a uma série de cartões amarelos. O internacional português juntou-se assim a uma lista de ausentes que contou ainda com nomes como Harry Maguire, Casemiro, Lisandro Martínez, Mason Mount ou Christian Eriksen.
O Liverpool estava na liderança da Premier League na entrada para a jornada, mas, com as vitórias de Arsenal e Aston Villa, os reds tinham caído, à condição, para o terceiro lugar. Por isso, para voltar ao topo, a equipa de Jurgen Klopp tinha que vencer, sendo que não contava com o português Diogo Jota, nem com Mac Allister, Joel Matip, Thiago e Andy Robertson.
Os reds estava, particularmente perigosos pelo lado direito, onde operava Trent Alexander-Arnold. O lateral chegou a conseguir tirar um cruzamento que em três situações, uma através de Darwin Núñez, outra de Luis Díaz e, por fim, de Salah, esteve perto de valer o golo que teria torando tudo bastante diferente logo nos minutos iniciais. O Manchester United foi a Anfield, mas não contribuiu para o espetáculo. A equipa de Erik ten Hag, contrariando todos os princípios que levaram o neerlandês a tornar-se no treinador de um dos clubes mais mediáticos do mundo, limitou-se a uma postura defensiva. O Liverpool causava perigo acima de tudo nas bolas paradas, ora por Konaté, ora por Van Dijk, os centrais titulares.
A equipa de Jurge Klopp começou a arriscar mais em remates a partir do exterior da área, momento do jogo em que Salah e Trent Alexander-Arnold mostraram argumentos. Iam valendo as defesas de Andre Onana. Só aos 67 minutos o Manchester United realizou o primeiro remate à baliza. Hojlund foi o autor da proeza que Alisson travou. Foi um sinal raro e o Liverpool continuava a ser mais perigoso, tal como mostrou Luis Diaz que, no frente a frente com Onana, não conseguiu ser feliz.
A verdade é que o Manchester United chegou aos 90 minutos sem sofrer golos. Quando nada o fazia prever, o defesa português, Diogo Dalot, protestou de forma exuberante por causa de um lançamento lateral, levou dois cartões amarelos consecutivos e foi expulso. Restava pouco tempo para que a inferioridade numérica se fazer sentir e o empate (0-0) prevaleceu. O Liverpool acabou por perder a liderança da Premier League, ficando em segundo lugar, a um ponto do Arsenal. O Manchester United, apesar de, após a derrota com o Bournemouth, conseguir voltar a pontuar, caiu para a sétima posição.