O ministro da Saúde assume que a situação nos hospitais, em particular em Lisboa e Vale do Tejo, é preocupante, mas não é uma situação “inhabitual” e “é costumeiro” nesta época de inverno “haver aumento de afluência”. Mas assume que “é uma situação que nos preocupa”.

Falando na Casa da Música, à margem da homenagem aos profissionais durante a Covid-19, Manuel Pizarro assumiu que o mês de novembro foi “muito difícil nos serviços de pediatria, sobretudo, felizmente ultrapassámos essa fase e os serviços de pediatria estão agora bastante mais tranquilos”, agora a dificuldade no atendimento é com pessoas em idade mais avançada sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo. Manuel Pizarro acredita que na primeira semana de janeiro a situação comece a atenuar, já que habitualmente as infeções respiratórias têm um período de agudização de 2 a 3 semanas e assistiu-se a um agravamento da situação, nos adultos, em meados de dezembro.

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Manuel Pizarro volta a falar da necessidade de se fazer um “trabalho muito persistente de literacia para utilização dos serviços de saúde”. O ministro da Saúde apela a que se utilizem todos os meios primários, contactando os centros de saúde que estejam abertos e a linha SNS 24, que “tem recebido muitos contactos”, mas prometeu “reforçar a capacidade de resposta”.

“Vamos vencer as dificuldades”, mas confrontado com os tempos de espera — alguns hospitais estão com espera máxima de 12 horas — diz que há alguns hospitais com menos tempo e a darem boa resposta. Admite que a situação será mais difícil em Lisboa e Vale do Tejo porque há mais falta de médicos de família. No Norte é mais fácil, acrescentou. “Os tempos de espera têm melhorado ao longo do dia e muitos hospitais têm dado resposta muito pronta”, mas espera para ver como corre a noite.

Quanto às críticas da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que diz que os médicos estão a praticar “medicina de catástrofe” em várias unidades, Pizarro reverteu as críticas, acusando-a de “discurso alarmista”. “Não gosto nada que sejam os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros ou outros, a traduzirem um discurso que podem ser interpretados pela população como alarmista. Temos dificuldades, que são habituais nesta época do ano, o que não as torna mais aceitáveis, mas são habituais, e vamos vencer essas dificuldades”.

FNAM diz que os médicos estão a praticar “medicina de catástrofe”