Os duelos entre Juventus e Roma são sempre clássicos do futebol de um país que é um museu a céu aberto, onde a arte tem um espaço muito próprio e as tradições são fielmente seguidas. Na culinária não é diferente. Embora não esteja definido um castigo para quem parte o esparguete ao meio antes da cozedura, a prática, tal como outras, é sancionável pelo tribunal popular. Por isso, esta semana Weston McKennie, médio da Vecchia Signora, foi assunto por fazer uma analogia entre a cultura italiana e os pecados praticados na sua dieta.

“A mentalidade em Itália é fechada”, apontou o internacional pelos Estado Unidos ao podcast F19. “Há muita tradição, tudo bem, mas precisamos de um pouco de abertura à inovação. Vou dar um exemplo: eu como macarrão com pesto, tomate e frango e toda a gente aqui me diz que é nojento, mas nunca experimentaram. Essa é a questão”.

O que não foge à regra é o interesse que gera um clássico. A Juventus, em busca de reconquistar a Serie A, tentava aproveitar o deslize do Inter para se aproximar do topo de um campeonato que parece que vai ser discutido entre estes dois emblemas. A Roma de José Mourinho, arredada de tais aspirações, mas motivada pela vitória contra o Nápoles na jornada anterior, tinha como objetivo não perder o comboio dos lugares europeus, tarefa que não se avizinhava fácil.

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Surpreendentemente, Dybala, que nos últimos tempos teve que lidar com problemas físicos, foi convocado para o encontro, assim como Renato Sanches. O médio português tem sido associado a um regresso ao Paris Saint-Germain, clube que o emprestou à Roma, já em janeiro, cenário que Mourinho não confirma. “Não tenho qualquer informação de que o Renato nos vá deixar. Não tenho indicações da parte dele, dos empresários ou do Tiago Pinto [diretor desportivo]. Todos sabem que a situação é complicada”.

Pai Natal dá prendas, Mourinho não: Renato Sanches entrou ao intervalo e saiu 18 minutos depois na derrota da Roma

Quanto ao mercado de inverno, o que é certo é que a Roma está desesperadamente à procura de um defesa. Um dos nomes referenciados é Leonardo Bonucci, antigo capitão da Juventus, o adversário dos giallorossi na 18.ª jornada da Serie A. Devido à rivalidade, os adeptos romanistas manifestaram-se contra a possível contratação.

Dybala acabou por constar do onze inicial de Mourinho para a viagem a Turim, formando dupla de ataque com Lukaku. Renato Sanches ficou no banco de suplentes. No entanto, a maior surpresa foi a aposta de Massimiliano Allegri em Kenan Yildiz, jovem de 18 anos que somou apenas a segunda titularidade na Vecchia Signora.

Bryan Cristante começou por tentar temperar o encontro com alguma pimenta e logo aos quatro minutos rematou ao poste da baliza da Juventus. Vlahovic respondeu com uma excelente rotação sobre Diego Llorente, mas o remate realizado dentro de área foi travado por Mancini. A Roma voltou a causar perigoso através de um remate de trivela, com um suave perfume a refogado, de Dybala. As oportunidades de golo da primeira parte esgotaram-se quando Ndicka travou em cima da linha a tentativa de Kostic desfazer o nulo que acabaria por não demorar a quebrar-se.

Rabiot veio com tudo para a segunda parte. A combinação com Vlahovic valeu ao francês (48′) o primeiro golo do encontro. A Juventus, satisfeita com o resultado, entregou a iniciativa à Roma que não foi sagaz a entrar no último terço ofensivo. Num contra-ataque, McKennie teve oportunidade para matar o resultado. Rui Patrício mostrou estar presente. Mesmo assim, o marcador não se inverteu (1-0). A Roma de Mourinho sai de Turim a 17 pontos do líder da Seria A, o Inter. Em sentido contrário, os bianconeri encurtam para dois pontos a distância para o topo.